O Brasil aparece no topo de novos rankings criados pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês), formado pelos maiores bancos do mundo, para identificar os países mais vulneráveis entre os emergentes. No levantamento entre os mercados com a política econômica mais vulnerável, o País está em terceiro lugar, atrás apenas da Ucrânia e Argentina, de acordo com o levantamento da instituição.

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O IIF desenvolveu um mapa para medir a vulnerabilidade dos emergentes, formado por três índices – vulnerabilidade externa, doméstica (setor real e financeiro) e de política econômica (credibilidade e estabilidade política). Além de estar em terceiro na ranking de vulnerabilidade de política econômica, o Brasil está em segundo lugar, atrás da Turquia, no levantamento de vulnerabilidade doméstica, por causa do risco trazido pelo crescimento do endividamento em moeda estrangeira de empresas e nos passivos dos bancos. No ranking de vulnerabilidade externa, liderado por Turquia e Ucrânia, o Brasil está em melhor posição, por ter volume alto de reservas internacionais, e figura como um dos menos vulneráveis, junto com Chile, México e Tailândia.

“A vulnerabilidade dos emergentes permanece em foco desde meados de 2013”, ressalta o IIF, citando que foi naquele momento que o Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) pela primeira vez sinalizou que mudaria a política monetária do país. Em tempos de maior aversão ao risco, os investidores aumentam a diferenciação entre os emergentes, baseados no grau de vulnerabilidade de cada mercado.

No Brasil, a inflação persistentemente acima da meta e a deterioração de indicadores fiscais estão entre as razões que explicam porque o País tem um índice alto de vulnerabilidade, de acordo com o IIF. Quando os investidores estrangeiros aumentam a diferenciação entre os emergentes para tomar decisões de alocação de recursos, a vulnerabilidade alta pode ser um problema, diz o IIF.

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“Países onde crescentes tensões políticas internas ameaçam a gestão prudente da política macroeconômica, como o Brasil e Turquia, sofreram grandes oscilações de preços”, ressalta o IIF no estudo. Na medida em que o Fed se aproxima do momento de elevação dos juros, os países mais vulneráveis podem ficar nos holofotes e ser novamente os mais afetados, afirma o IIF, como já ocorreu em meados de 2013.

Dívidas em dólar

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O IIF ressalta que alguns emergentes, que têm tido elevação das taxas de juros, terão também que lidar no futuro próximo com juros maiores nos EUA. Nesse ambiente, surge outra preocupação: as dívidas em moeda estrangeira de empresas e bancos, que aumentaram muito desde a crise global de 2008. Os juros maiores, junto com a forte depreciação de moedas de alguns emergentes, aumentam o temor de que as companhias podem ter dificuldade para honrar os serviços da dívida ou cumprir os pagamentos dos passivos.

O real brasileiro foi a divisa que mais se desvalorizou, apesar dos juros altos no Brasil e da relativa menor vulnerabilidade do País pelo lado externo, afirma o IIF. Por isso, em um documento anterior sobre o Brasil, o IIF enfatiza que o ajuste fiscal é “essencial” para garantir a melhora do ambiente econômico.