Novela da aftosa perto do último capítulo

A Comissão de Necropsia, composta por técnicos do setor, médicos veterinários e a representante do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), Rossana Allende, seguiu ontem à tarde para Loanda, onde o objetivo era colher as vísceras de dois bovinos da fazenda Alto Alegre e dois da fazenda São Paulo – propriedades declaradas focos de febre aftosa pelo Ministério da Agricultura. O material será enviado para o laboratório da Panaftosa, no Rio de Janeiro, para exames de necropsia. Apesar do sacrifício inicial dos quatro animais, o abate em massa em Loanda só deve começar na segunda-feira, dia 20.

Ontem o sacrifício prosseguiu na Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira. Segundo a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), a idéia era ?adiantar o máximo possível? os trabalhos. O abate estava previsto para terminar entre ontem no final da tarde e hoje. Ao todo, 1.810 animais da Cachoeira serão mortos – dez deles já tiveram as vísceras colhidas para exames de necropsia. Ao todo, oito atiradores da Polícia Militar estavam trabalhando diretamente no sacrifício dos animais. A Fazenda Cachoeira foi a primeira a ser declarada foco de aftosa pelo Ministério da Agricultura, no dia 6 de dezembro.

Na segunda-feira, será a vez de o rebanho da Fazenda São Paulo, em Loanda, ir para o sacrifício. Na propriedade, de Pedro Garcia Pagan, há 2.709 animais – número pouco acima dos 2.500 verificados na avaliação preliminar. É o maior rebanho dos sete apontados como focos da doença. Os animais serão enterrados em duas valas, abertas na propriedade, que medem 220 metros de comprimento, seis metros de largura e cinco de profundidade cada uma.

Na seqüência será a vez dos 1.903 animais da Fazenda Alto Alegre, também em Loanda, de propriedade de Jonas de Andrade Gois. No local, foram abertas duas valas medindo 145 metros de comprimento, seis de largura e cinco de profundidade. Por exigência da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, as valas nas duas propriedades – a exemplo do que já ocorreu na Fazenda Cachoeira – deverão ser cobertas com uma manta texturizada. É que em Loanda o solo é arenoso e poderia ficar contaminado com o chorume das carcaças dos animais.

Conforme estimativa da Seab, a idéia é concluir o sacrifício dos quase 6,9 mil animais do Paraná até o final da próxima semana.

Indenizações

Proprietários das quatro fazendas em que o sacrifício sanitário já foi finalizado – Cesumar e Pedra Preta, em Maringá; Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso; e Santa Izabel, em Grandes Rios – receberam ontem de manhã 50% da indenização pelo sacrifício. Segundo o governo estadual, os valores foram depositados nos bancos e contas apontadas formalmente pelos proprietários das fazendas. Os recursos se referem apenas à parte que cabe ao Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Fundepec). A outra metade será arcada pelo Ministério da Agricultura.

Conforme avaliação feita pela Comissão de Avaliação, Taxação e Sacrifício, o Fundepec/PR providenciou o depósito de R$ 74.419,20 referentes ao sacrifício sanitário de 231 bovinos da Fazenda Pedra Preta, de Maringá; R$ 44.832,00 em razão do abate de 144 animais da Fazenda Cesumar, de Maringá; R$ 27.990,24 pelo sacrifício de 84 cabeças na Fazenda Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso; e R$ 13.536,00 pelo sacrifício sanitário de 39 bovinos da Fazenda Santa Izabel, no município de Grandes Rios.

Além do sacrifício sanitário, nessas quatro propriedades já foram finalizados todos os procedimentos recomendados pela Organização Mundial de Saúde Animal – OIE, Ministério da Agricultura e Seab, com acompanhamento de técnicos do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa- Panaftosa. As propriedades já estão cumprindo o período de vazio sanitário. Na seqüência, receberão ?animais sentinelas?, cuja função é a comprovação final que não há circulação viral. Seis meses depois de abatido o último animal suspeito de aftosa, o Paraná poderá recuperar o status de área livre de aftosa com vacinação, conquistado em 2000 e perdido no final do ano passado. 

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