Novas feiras industriais expõem velhos problemas do setor

O lançamento de feiras industriais que aconteceu nesta terça-feira (07), no hotel Mabu, centro de Curitiba, acalorou as discussões sobre dificuldades normalmente amargadas pelos expositores em eventos desse tipo.

A ocasião apresentou feiras que serão realizadas pela Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos e organizadas pela BTS, em 2016 e 2017. Os empresários paranaenses cobraram dos organizadores clareza e comprometimento sobre atividades operacionais, como preço de estacionamentos, refeições, logística e condições para descarregamento de produtos.

Fábio Savi, diretor da Flexo Tech, que foi convidado para o evento, mencionou uma dessas queixas: “Não me importo de pagar o preço do metro quadrado, que é mais ou menos padrão para todas as feiras. O problema são custos extras com alimentação, segurança do estande e serviços adicionais. As refeições, por exemplo, por que não tem desconto para os expositores nos restaurantes? Se for a mesma coisa das outras feiras, não vejo vantagem”, disparou.

Outra apreensão dos empresários era com relação à divulgação das feiras ao público externo. Muitos temem que o público não se interesse em visitar, por serem eventos recentes. Mas a preocupação não era unânime. Jan Stoesser, gerente de vendas da Vollmer em Curitiba, acredita que as novas feiras podem inclusive substituir aquelas mais tradicionais: “Com a crise, não tem espaço para todo mundo. Uma dessas que já atuam há mais tempo, como Mecânica ou Feimafe, deve desaparecer para dar lugar a outra, é uma tendência natural de mercado”, avalia

Feira

Lariza Pio, gerente de marketing da Abimaq, garante que o formato das feiras trará muitas vantagens aos expositores, citando o percentual de vendas das áreas: “Já fechamos em torno de 70% dos estandes”. Ela ressalta que o formato desse tipo de empreendimento é inédito no país: “Estamos desenvolvendo um conceito internacional de exposição que ainda não existe em nenhuma feira do Brasil”.

Quanto à logística e descarregamento dos produtos, Pio lembra que a localização é estratégica: “Estamos próximos ao Rodoanel. Isso facilita muito, porque os caminhões não precisam entrar na cidade de São Paulo para chegar à feira e descarregar os produtos” A gerente de marketing diz ainda que a feira está sendo amplamente divulgada em todos os tipos de mídia, “com o peso de toda a credibilidade de uma entidade como a Abimaq”, complementa.

Já sobre custos extras, Hércules Ricco, consultor de vendas da BTS, não entra em detalhes sobre valores e percentuais, mas assegura que, somando o total das despesas, o objetivo é que os custos fiquem abaixo de outras feiras do setor.