A greve iniciada nesta terça-feira, 6, por bancários de todo o País registra, em seu primeiro dia, a paralisação de 38 mil funcionários e a suspensão das atividades em 600 locais de trabalho, sendo 582 agências bancárias e 18 centros administrativos, segundo balanço do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Os caixas de autoatendimento continuam funcionando normalmente.

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Entre as reivindicações, a categoria pede um reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais aumento real de 5,6%), contra uma proposta dos bancos de 5,5%. Os bancários também demandam a valorização dos vales-refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 788), a manutenção do emprego e melhores condições de trabalho, com o fim de metas que consideram abusivas.

“A proposta dos bancos de reajuste de 5,5%, na prática, está anulando os ganhos conquistados pela categoria bancária em 2013 e 2014. No saldo final destes três anos, teríamos uma perda real de 0,26%. Ao mesmo tempo em que oferecem tão pouco para um trabalhador, remuneram seus altos executivos com supersalários. Um bancário que ganha no piso R$ 1.796,45 teria de trabalhar 17,5 anos para ganhar o que o executivo do banco ganha em um mês”, disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

A próxima assembleia do sindicato será realizada na terça-feira, 13, na Quadra dos Bancários, em São Paulo, a partir das 17h, quando a categoria irá decidir sobre os rumos da greve. “Esperamos que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos, que representa os patrões) volte para a mesa de negociação e apresente proposta que possa ser aceita pelos bancários”, disse Juvandia. Os bancários entraram em greve após cinco rodadas frustradas de negociações.

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Segundo dados do sindicato, são mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do País. Nos últimos 11 anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2014 de 20,07%, sendo 1,50% em 2009; 3,08% em 2010; 1,50% em 2011, 2% em 2012, 1,82% em 2013 e 2,02% em 2014.