No País, vendas do comércio caem; no Paraná crescem

Com crescimento de 1,35% frente a maio do ano passado, as vendas reais do comércio paranaense registraram em maio o melhor resultado entre as 27 unidades da federação, conforme a Pesquisa Mensal do Comércio divulgada ontem pelo IBGE. Além do Paraná – que em abril tinha apresentado alta de 5,28% – somente Santa Catarina apresentou elevação nas vendas (0,09%). Pressionada pelas quedas em São Paulo (-5,37%), Rio de Janeiro (-13,68%), Pernambuco (-13,71%), Minas Gerais (-3,69%) e Bahia (-6,62%), a taxa nacional foi negativa em -6,13%. É a sexta queda mensal consecutiva no País.

Com essa redução, o acumulado nos cinco primeiros meses do ano passou para -5,57% e nos últimos doze meses, -2,67%. No Paraná, o volume de vendas em 2003 está positivo em 0,31% e nos últimos doze meses, em 0,56%. Já a receita nominal de vendas do comércio brasileiro aumentou 15,44% sobre maio de 2002, 15,34% no período janeiro a maio e 11,33% no acumulado dos últimos doze meses. O Paraná registrou desempenho superior em todos os indicadores de faturamento bruto: 24,93% em relação a maio do ano passado, 24,82% nos cinco primeiros meses de 2003 e 15,75% nos últimos doze meses.

O bom desempenho registrado pelo varejo no Paraná é decorrente do “efeito safra”, analisa o economista Nilo Lopes de Macedo, técnico do Departamento de Comércio e Serviços do IBGE. “O Paraná é um celeiro, com vários produtos de exportação, como soja e milho. A boa safra movimenta a agroindústria, o comércio e os serviços”, pondera.

Setores

O maior impacto para o incremento nas vendas do varejo paranaense veio do ramo Combustíveis e lubrificantes (16,59%). “Esse crescimento se deve ao escoamento da safra agrícola, que movimenta o setor de transportes”, aponta Macedo. O outro grupo com variação positiva foi “Demais artigos de uso pessoal e doméstico” (2,57%), que inclui farmácias, óticas, brinquedos, produtos de informática, livrarias e papelarias. Contabilizaram diminuições os grupos: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,78%), Tecidos, vestuário e calçados (-6,70%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,90%). Veículos, motos, partes e peças teve queda de -10,55% e o ramo específico de Hipermercados e supermercados teve redução de 3,79%. “Os resultados negativos ficaram bem abaixo da queda nacional”, destacou o economista do IBGE.

No acumulado do ano, Combustíveis e lubrificantes (11,39%) lidera o desempenho positivo do comércio do Paraná. Tecidos, vestuário e calçados (1,59%) também acumula alta. Com queda, aparecem: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,43%), Móveis e eletrodomésticos (-1,83%) e Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-0,62%). Nos grupos pesquisados separadamente pelo IBGE, também houve diminuição de vendas: Veículos, motos, partes e peças (-13,92%) e Hipermercados e supermercados (-4,09%).

No País, houve recuo nas vendas de todas as atividades pesquisadas, na comparação com maio do último ano: Tecidos, vestuário e calçados (-11,33%), Móveis e eletrodomésticos (-10,69%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-6,29%), Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-3,02%) e Combustíveis e lubrificantes (-2,26%). Também foram verificadas retrações em: Veículos, motos, partes e peças (-11,81%) e no ramo específico de Hipermercados e supermercados (-5,96%).

Conjuntura

Macedo ressalta que o mau desempenho do comércio está atrelado aos indicadores macroeconômicos: emprego, salário, taxa de juros e inflação. “A partir do momento que melhorem essas variáveis, o comércio reagirá favoravelmente, mas há uma defasagem entre a efetivação das políticas de emprego, renda e taxa de juros e o reflexo disso no varejo”, considera o economista. “A partir de junho e julho, pode haver uma melhora nessas variáveis e o comércio não reagir de imediato”, acrescenta. De acordo com Macedo, há condições do comércio brasileiro reverter a queda acumulada no ano, porém isso vai depender do ritmo da melhora.

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