Nível de emprego no PR cresceu 4,17% em 2002

O nível de emprego formal no Paraná cresceu 4,17% no ano passado. Ao todo, foram criadas 58.589 novas vagas no mercado de trabalho, a maior parte delas (78%) no interior do Estado, onde foram gerados 45.568 empregos, com crescimento de 5,60%. Na Região Metropolitana de Curitiba, foram criadas 13.021 novas vagas, com variação de 2,21%. Foi o segundo ano consecutivo que o nível de emprego no interior foi maior do que na RMC. Em 2001, foram criadas 40.035 vagas no interior e 13.822 na RMC, com crescimento de 3,82% em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados ontem durante entrevista coletiva do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

Os municípios que apresentaram as maiores taxas de crescimento de emprego foram Piraquara (14,58%), Cambé (13,86%), Cianorte (11,22%), Cascavel (9,35%), seguidos por Guarapuava (8,31%), Telêmaco Borba (8,17%), Pato Branco (8,09%), Irati (7,69%), Toledo (7,31%) e Arapongas (7,16%). Já as menores taxas foram verificadas em Foz do Iguaçu (-5,84%), Umuarama (-2,95%), Curitiba (1,95%), Campo largo (2,13%), Pinhais (2,15%), Ponta Grossa (2,92%), São José dos Pinhais (3,50%), Araucária (4,12%), Almirante Tamandaré (4,18%) e Campo Mourão (4,42%). De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese, o bom desempenho de Piraquara se deve à criação de vagas na administração pública (36,66%) e construção civil (23,9%). Em Cambé, a indústria de transformação e os serviços alavancaram a oferta de empregos. Já em Cianorte, a construção civil e os serviços de indústrias de utilidade pública contribuíram para o bom desempenho.

Em contrapartida, Foz do Iguaçu apresentou o pior índice por conta da queda na construção civil e no comércio. Em Umuarama, a indústria de transformação foi a que mais contribuiu para o mau desempenho. No município, dos oito setores pesquisados, seis tiveram queda.

“As cidades de pequeno e médio porte foram as que apresentaram melhor desempenho. Os novos empregos ficaram centralizados em locais de indústrias, como de alimentação, têxtil, imobiliária”, analisou Silva. Segundo ele, a macroeconomia – entre elas a desvalorização cambial – influenciou, por exemplo, a indústria têxtil e de carnes.

Mulheres ganham 52% menos

Lyrian Saiki

As mulheres estão ganhando espaço no mercado de trabalho, mas ainda não conquistaram a igualdade financeira. É o que aponta estudo realizado pelo Dieese em nível nacional, lançado ontem, que traz como tema “A situação das mulheres em mercados de trabalho metropolitanos”. De acordo com o escritório regional do Dieese, o rendimento médio da mulher no Paraná é de R$ 349,00, enquanto o do homem, R$ 659,00, ou seja, diferença de 52%. No mercado formal, a diferença é ainda maior, chegando a 78%. Além da questão econômica, as mulheres enfrentam outro problema: o desemprego. Enquanto as mulheres respondem por 42% da População Economicamente Ativa (PEA) no Estado, e os homens 58%, o nível de desemprego é inversamente proporcional. Dados de 2001 apontam que naquele ano havia 200.289 mulheres desempregadas contra 192 mil homens, ou seja, proporção de 51% contra 49%. Os setores que apresentam menor número de trabalhadores do sexo feminino é a indústria (7,8%) e a construção civil (0,5%).

Existem no Paraná 2.144.220 mulheres no mercado de trabalho, o que representa 41,98% da PEA do Estado. Em 1990, eram 1.489.311. “Em 90, havia uma mulher no mercado de trabalho para cada 1,9 homens. Hoje, a proporção é de uma para 1,4. Se a dinâmica for mantida, em doze anos a proporção será de uma para um”, analisa o economista Cid Cordeiro, coordenador técnico do Dieese.

De acordo com o economista, se por um lado a entrada da mulher no mercado de trabalho trouxe fatores positivos como emancipação feminina e realização profissional, pelo outro houve pontos negativos. “O crescente desemprego fez com que outros membros da família buscassem trabalho, entre eles a mulher. Também a renda familiar vem caindo desde 98 e forçando a mulher a buscar um emprego”, comentou Cid.

Em relação ao mercado formal, a mulher vem ganhando espaço. Em dez anos – de 1990 a 2000 -, a participação feminina cresceu 28,13% no Paraná: passou de 444 mil mulheres para 644 mil. Já o sexo masculino apresentou crescimento de 19,3% no mercado formal, passando de 846 mil para 1,010 milhão.

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