Ninguém segura dólar em alta e bolsa em queda

São Paulo  – O dólar comercial fechou ontem em alta de 0,62% e bateu novo recorde no Plano Real, ao fechar cotado a R$ 2,918 na compra e R$ 2,920 na venda. O dia não foi de muitos negócios, mas o nervosismo esteve presente, principalmente no período da tarde. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reduziu significativamente o ritmo de queda registrado durante o dia, apesar do nervosismo gerado por novas quedas das bolsas americanas, pelo rebaixamento feito pelo JP Morgan e pela disparada do risco-país. O pregão viva-voz da Bovespa fechou com baixa de 1,49%, com o Índice Bovespa 9.815 pontos. O volume financeiro era de R$ 478 milhões. O pregão eletrônico foi até as 17h.

O fraco desempenho das bolsas americanas, o resultado da pesquisa Vox Populi confirmando a queda de José Serra e o rebaixamento da recomendação de compra de títulos brasileiros promovido pelo JP Morgan foram alguns dos ingredientes de uma terça-feira de volatilidade. Entre a mínima e a máxima, a cotação de venda da moeda americana oscilou de R$ 2,901 (-0,17%) a R$ 2,933 (+0,93%).

 O Banco Central interveio nos negócios pela manhã, com a venda direta de US$ 50 milhões, mas mais uma vez não conseguiu frear a moeda americana, que subiu pelo terceiro dia consecutivo. ?O mercado resistiu muito ao patamar dos R$ 2,920. Era uma barreira psicológica importante. Mas o período da tarde foi mais complicado, pois a liquidez foi reduzida e alguns investidores mudaram de posição. Também o fluxo cambial ficou negativo, o que colaborou para a pressão à tarde, quando o dólar bateu até R$ 2,93?, explicou Marcelo Damasceno, chefe da mesa da corretora Finambrás. Com o resultado de ontem, o dólar acumula valorização de 3,55% no mês.

Apesar do clima de preocupação com fatores internos e externos, a Bovespa encontrou um ponto de resistência e diminuiu o ritmo de queda. Investidores em busca de oportunidades de ganhos de curto prazo aproveitaram os preços muito baixos das ações freando a baixa da Bolsa. Um dos destaques nesta tarde foram as ações da Embratel Participações PN e ON, que sobem 8,5% e 8,4%, respectivamente. As ações foram sofreram volatilidade ontem, depois do anúncio do pedido de concordata da americana WorldCom, controladora da Embratel. Entre as maiores baixa do Ibovespa estão Eletropaulo PN (-9,7%) e CSN ON (-7,4%).

Os dois principais indicadores de percepção da confiança do investidor estrangeiro com a economia nacional pioram fortemente ontem. O risco Brasil sobe mais de 6% e o C-Bond cai 5%. Segundo o Banco JP Morgan Chase, o índice do risco-país apontava alta de 6,11% frente ao fechamento de ontem e atingia a máxima do dia. O EMBI+ brasileiro operou aos 1.718 pontos.

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