New Holland transfere fábrica da Austrália para o Brasil

A agricultura brasileira continua a atrair investimentos estrangeiros para a produção. A Case New Holland, subsidiária do grupo Fiat, anunciou hoje (24/07), durante audiência com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, a concentração da produção mundial de colheitadeiras de cana-de-açúcar no Brasil.

O presidente de operações da empresa na América Latina, Valentino Rizzioli, comunicou ao ministro a decisão oficial de transferir a fábrica de Bundaberg, na Austrália, para Piracicaba (SP). ?Fico muito satisfeito com essa decisão. Isso mostra a confiança que o investidor estrangeiro pode ter no Brasil e em seu sistema produtivo?, disse Rodrigues. ?Além disso, traremos mais empregos e renda ao país?.

A empresa prevê a geração de 300 empregos diretos e investimento de R$ 30 milhões até 2005. Atraída pela alta produtividade dos canaviais brasileiros, a empresa comemora a estabilidade da agricultura nacional e o nível de confiança nas regras institucionais. ?Enxergamos um grande futuro para a cana no Brasil. Hoje, apenas 20% da colheita brasileira é mecanizada. Vamos trazer conhecimento e novas cabeças para gerar tecnologia aplicada aqui no país?, disse Rizzioli. ?O ministro Rodrigues nos deu a confiança para convencer nossa matriz a autorizar a mudança?. A proximidade com o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), a aposta de que o Brasil receberá os maiores de investimentos na produção de álcool e os recursos da linha Moderfrota (renovação de máquinas) também foram fundamentais para a decisão.

A unidade do interior paulista, que produz hoje 110 máquinas, triplicará sua linha de montagem. Até 2006, devem ser fabricadas 500 máquinas/ano. O índice de nacionalização dos componentes das máquinas, que custam R$ 600 mil cada, deve subir de 75% para 90%.

O processo de transferência da fábrica australiana transformará o Brasil na única plataforma mundial de exportação dessas colheitadeiras da empresa. De Piracicaba, são embarcadas hoje apenas 10 máquinas por ano ao exterior. No início de 2004, quando o processo deve estar concluído, a fábrica venderá 230 colheitadeiras/ano para Estados Unidos (50% do total), México, Tailândia, Índia, Austrália, Colômbia e Irã, segundo Rizzioli. As exportações devem saltar de US$ 8,5 milhões para US$ 45 milhões/ano.

Em Piracicaba, a empresa investirá também num centro mundial de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de produtos para a cana. ?A tecnologia da cana nasceu em Piracicaba e, por isso, vamos investir lá?. (MA)

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