Natal anima indústria de eletrodomésticos

Rio – Mesmo sob o impacto da retração de 11% nas vendas até agosto, as indústrias brasileiras de eletrodomésticos não recuaram nos lançamentos este ano. Pelo contrário. Apostando na reativação das vendas no último trimestre, investiram na renovação de seus produtos, de olho também no Natal. Mas, desta vez, os fabricantes arriscaram mais nas linhas simples, como refrigeradores de uma porta, lavadoras mecânicas e batedeiras que podem ser usadas como equipamento de mão e ventiladores menores, de 30 cm.

São produtos com tecnologia menos sofisticada, de menor custo e, portanto, mais baratos. A aposta da indústria conta ainda com promoções no crediário, que hoje parcela em até dez vezes, sem juros. E com a possibilidade de nova queda da taxa Selic, as empresas acreditam que as prestações ficarão ainda menores.

A Electrolux se lançou neste projeto com a lavadora mecânica, com painel mais simples. Depois investiu no microondas, também de fácil utilização, até por crianças. Este semestre, a empresa lançou dois refrigeradores de 300 litros, de baixo consumo de energia e “design” exclusivo, que custam em média R$ 759 e R$ 829.

– Não abandonamos os avanços tecnológicos. Em dois anos lançamos 40 modelos. Mas investimos em produtos populares para o consumidor de menor renda – explicou Cesar Aymoré, diretor de marketing da Electrolux, líder mundial de venda de eletrodomésticos, que fatura R$ 1 bilhão no Brasil.

Na mesma linha de raciocínio, a Mondial produziu o ventilador de pé V-17, de 30cm, que custa R$ 79,90, 30% mais barato que o tradicional. A empresa prevê vender 280 mil ventiladores, 40% a mais do que no ano passado.

– É um mercado em expansão – disse Giovani Cardoso, diretor comercial da empresa.

A Consul, do grupo Multibrás, está com três novas versões de refrigeradores mais compactos e de menor consumo de energia: de 50, 80 e 120 litros, que vêm com porta-latas e prateleiras modulares.

A Walita, comandada pela Philips, investiu em tecnologia, mas pensou também em peças menos sofisticadas, como a batedeira 7110, lançada em setembro, que pode ser usada como utensílio de mão. Sai por R$ 89. Na linha de liquidificadores, a inovação foi o foco: o novo Liq Star tem controle eletrônico e tritura gelo e queijo.

A LG é uma das empresas mais otimistas do setor. Espera um crescimento nas vendas de 35% este ano, contando com a baixa do dólar e dos juros. A empresa lançou ar-condicionado com “design” moderno, aparelhos de TV de plasma e DVDs compacto (R$ 529) e portátil (R$ 4.599), que pode ser usado até em carros.

Marcelo Granja, gerente de produtos da LG, sabe que a renda do consumidor ainda está baixa. Mas lembra que ele poderá contar com a liberação das correções do FGTS, com os juros mais baixos e com o financiamento do governo para o crediário.

A Philips privilegiou os equipamentos com tecnologia de ponta nos aparelhos de som e câmeras fotográficas. Como o Streamium, o primeiro “micro-system” com acesso a serviço “online” de música e áudio digital personalizado via internet. Duas versões do aparelho serão lançadas em novembro e custarão R$ 2.999 e R$ 3.499.

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