Mundial pára parte do comércio e indústria

Faltando pouco mais de uma semana para a estréia da seleção brasileira na Copa do Mundo, tanto a indústria como o comércio e o setor de serviços se articulam para que seus funcionários possam torcer pelo Brasil, sem que isso acarrete prejuízos financeiros ou mesmo atrapalhe a população. Qualquer que seja a política adotada pelas empresas – a dispensa dos funcionários, o expediente normal ou a colocação de telões nos locais de trabalho -, o certo é que grande parte da atividade econômica deve parar nos noventa minutos em que a bola estiver rolando no campo.

No comércio de rua de Curitiba, a decisão será individual. ?Vai ficar a critério de cada um, mas é grande a possibilidade de que o comércio feche durante o horário dos jogos?, afirmou o vice-presidente de Serviços da Associação Comercial do Paraná (ACP), Élcio Ribeiro. ?Cada lojista vai fazer o seu estudo, ver se vale a pena ou não manter as portas abertas?, acrescentou. Segundo Ribeiro, entre as que devem permanecer abertas são as lojas de eletroeletrônicos – para a alegria dos pedestres que não têm aparelhos tão sofisticados em casa. De acordo com o vice-presidente da ACP, o fechamento das lojas durante os jogos não é sinônimo de prejuízo. ?Se todo o comércio de rua fecha, não há problemas. O que não se vende hoje, vende-se no dia seguinte.?

Nos shoppings de Curitiba também não houve acordo. Assim, cada qual está decidindo internamente se irá fechar, ou não, durante a transmissão dos jogos do Brasil. No caso do Shopping Curitiba, o prédio estará aberto, mas tanto as lojas, como os serviços de lazer e alimentação terão fechamento opcional desde uma hora antes do início da partida até uma hora após o término do jogo. A regra é válida para qualquer horário possível de jogo do Brasil, independentemente do dia da semana. Já no Shopping Müeller, as lojas estarão fechadas no período dos jogos da seleção brasileira, porém a praça de alimentação estará funcionando normalmente. Não haverá filmes nos cinemas nos horários de jogos.

Bancos

No setor de serviços, os bancos terão horário especial. Conforme calendário divulgado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), para a primeira fase, quando dois dos jogos da seleção estão agendados para as 16h (horário de Brasília) – nos dias 13 e 22 de junho -, os bancos abrem às 9h30 e fecham às 14h30. Isso vale para capitais, interior e regiões metropolitanas.

Se passar para as próximas fases, a seleção poderá jogar às 12h em dias de semana. Neste caso, as agências do interior vão funcionar das 8h30 às 11h30 e das 14h30 às 15h30. No caso nas capitais e regiões metropolitanas, as agências abrem das 8h30 às 11h30 e das 14h30 às 16h. Por determinação do Banco Central, os bancos têm de ficar abertos por, pelo menos quatro horas nos dias de jogos para não impedir os clientes de serem atendidos. Com antecedência mínima de 48 horas, eles deverão afixar em suas dependências aviso sobre o horário de atendimento nos dias de jogos.

Não pode parar

Entre os serviços que não podem parar – caso dos hospitais e laboratórios, a solução foi buscar uma alternativa que satisfizesse a todos. É o caso da Diagnósticos da América (Dasa), grupo que engloba em Curitiba os laboratórios Frischmann Aisengart, Santa Casa e Delboni Auriemo. De acordo com a assistente de comunicação Simone Marcondes, para não prejudicar o atendimento aos clientes, haverá sistema de rodízio entre os funcionários, para que todos possam assistir aos jogos. Nas cantinas, decoradas de verde e amarelo, serão disponibilizados aparelhos de TV e, ao invés do tradicional café, serão distribuídos pipoca, chá e chocolate quente. ?Todo mundo estava preocupado, com medo de que não assistiria aos jogos?, comentou. Segundo ela, a iniciativa do laboratório não deixa de ser um incentivo para que os funcionários trabalhem mais animados.

Nas montadoras, decisão também é de cada uma

Nas montadoras instaladas em São José dos Pinhais, o horário de trabalho nos dias dos jogos do Brasil também ficou a critério de cada empresa. No caso da Renault do Brasil, os funcionários administrativos serão dispensados às 14h – quando os jogos forem às 16h – e haverá compensação em outros dias da semana. Já para os operadores, que normalmente saem às 14h40 da montadora, serão dispensados uma hora antes. Haverá também compensação, preferencialmente antes dos dias de jogos. Ao todo, a Renault do Brasil emprega cerca de 2.800 funcionários. Segundo a montadora, se o Brasil passar para a fase seguinte e houver jogos ao meio-dia, todos os funcionários serão dispensados durante o dia todo.

No caso da Volkswagen-Audi, que emprega cerca de 4,2 mil pessoas na planta de São José dos Pinhais, não houve acordo. Conforme disse Marins Alves de Oliveira, da comissão de fábrica da montadora, a direção da empresa sugeriu que houvesse compensação no sábado ou no dia 16 de junho, durante o feriado prolongado. Os metalúrgicos não aceitaram. ?Fizeram uma proposta indecente. O pessoal não aceitou?, contou Oliveira. Segundo ele, também não haverá colocação de telão para os trabalhadores. (LS)

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