As exportações de soja pelo Porto de Paranaguá deverão se prolongar neste segundo semestre. A expectativa é que o Porto feche o ano com embarque de 5,5 milhões a 6 milhões de toneladas do produto, superando o volume do ano passado – que fechou com 5 milhões de toneladas.
Por causa do comportamento atípico do mercado – os produtores estariam segurando o produto à espera de melhores preços -, as exportações da soja apresentaram uma queda de quase 14% neste primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2001. Até agora, foram embarcadas por Paranaguá 2,7 milhões de toneladas, contra as 3,16 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado.
“O resultado, apesar de menor, é satisfatório, considerando-se que o ano de 2001 já foi excepcional, em função da safra recorde de soja e da situação do câmbio, bastante atraente nos primeiros seis meses do ano”, disse o superintendente do Porto, Osíris Stenghel Guimarães. O total embarcado até agora, no entanto, é igual ao verificado no mesmo período de 2000, ano considerado normal em termos de volume de produção.
Balanço geral
Somada a movimentação feita em Paranaguá e Antonina, de todas as mercadorias -grãos e farelos, mercadorias de carga geral (café, madeira, couros, congelados, papel e celulose), industrializados, veículos e outros produtos -totalizaram neste primeiro semestre, 13 milhões de toneladas. O volume é pouco menor que o movimentado no mesmo período do ano passado (13,2 milhões de toneladas).
A movimentação total do ano passado somou 28,8 milhões de toneladas de mercadorias. No ano 2000, considerado normal em termos de movimentação portuária, foram exportadas 21,3 milhões de toneladas de mercadorias.
O Porto também está registrando um bom crescimento nas exportações de açúcar. Neste ano, no primeiro semestre, foram embarcadas cerca de 880 mil toneladas do produto, com crescimento de 54,3%.
Papel e madeira
A movimentação de carga geral praticamente repete os números do ano passado -1,8 milhão de toneladas nos primeiros seis meses. Mas as vendas de madeira e papel, dois dos principais produtos incluídos neste grupo, apresentam um bom desempenho.
As exportações de madeira cresceram 44,6% no primeiro semestre, chegando a 551,5 mil toneladas. As vendas externas de papel já somam a 121,4 mil toneladas, que representa um aumento de 119 % em relação as vendas realizadas no primeiro semestre do ano passado.
Outro setor que merece destaque são as importações de fertilizantes, que registram um aumento de 54,6% neste ano, em função do aumento da intenção de plantio não só no Paraná mas também no Mato Grosso do Sul, que também utiliza o porto paranaense para compra desses produtos.
No primeiro semestre do ano passado foram importadas 1,16 milhões de toneladas de fertilizantes, enquanto nesse ano, no mesmo período o total foi de 1,79 milhões de toneladas.
Contêineres
Os segmentos de contêineres e veículos refletem a situação de retração verificada em todo o país. Lourenço Fregonese lembra ainda que o porto de Paranaguá foi prejudicado pela greve dos auditores da Receita Federal, iniciada em março deste ano e se agravou a partir do final de maio.
A crise da Argentina, que obrigou o país a sair do mercado e a reduzir as compras no Brasil é apontado como um dos principais fatores para a redução, de 12%, na movimentação de contêineres.