Móveis brasileiros fazem sucesso no exterior

Rio  – Não são apenas os bem recortados e criativos designs de biquínis e calçados do Brasil que fazem sucesso lá fora. A indústria de móveis, com estilo próprio, clássico ou contemporâneo, vem também conquistando clientes no exterior. Ainda não somos uma Itália, país conhecido pelo design de seus móveis e forte exportador do produto, mas já temos quatro empresas que levam a marca da boa madeira e do bom gosto da produção brasileira para o exterior. São a Artefacto, Florense, Saccaro e Velha Bahia que, juntas, reúnem 120 lojas no País.

A Artefacto é o destaque no momento com a abertura de duas filiais nos EUA: uma em Coral Gable, Miami, em setembro de 2003, e outra em West Palm Beach, mês passado. Os executivos da empresa evitam falar sobre cifras, mas não sobre o crescimento lá fora: até o fim do ano serão instaladas filiais no México, em Portugal e na República Dominicana. Em 2005, Nova York.

No bolo das exportações brasileiras, a fatia de móveis ainda é pequena: representa 1,01%. Mas o índice de crescimento de 37,5% ficou entre os sete maiores entre 27 pesquisados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) no primeiro bimestre deste ano sobre o mesmo período em 2003: passou de US$ 84,8 milhões para US$ 116,3 milhões.

Seja com lojas próprias, franqueadas ou com distribuidoras ou atacadistas, o fato é que fabricantes brasileiros se aventuraram a levar os móveis produzidos para consumidores europeus e americanos, que estão gostando da novidade. O mobiliário exportado incluiu os modernos armários de cozinha e de escritório da Florense, empresa gaúcha, com 50 filiais no Brasil, que se agiganta no exterior com uma rede de 22 distribuidores.

A operação da empresa fora do País começou pequena no fim da década de 80 e hoje já é consolidada, garantindo 30% de seu faturamento nos países do Mercosul. A Florence se fortalece também nos mercados dos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico e cresce na Europa. O design solto mescla madeira, alumínio, vidro e couro. Com o bom desempenho, a empresa faturou R$ 100 milhões em 2003 -5% a mais que no ano anterior. Os artigos custam de R$ 4 mil a R$ 20 mil.

Para atender a demanda externa, após 25 anos de operação no Brasil, a Artefacto investiu no seu parque fabril, na cidade de Iperó, São Paulo.

A equipe de produção teve que crescer para cerca de mil profissionais. Ciente das exigências maiores de outros países, a empresa passou a usar material não poluente, melhorou o sistema de transporte para garantir a qualidade dos móveis. Criou até uma escola para formação de estofador e marceneiro.

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