A Moody’s Investors Service vê recuperação do mercado de trabalho, inflação abaixo do centro da meta e retomada da oferta de crédito no Brasil em 2020, fatores que devem ajudar na retomada da economia do País. Em relatório, a agência de classificação de risco destaca a aceleração do consumo observada nos últimos meses de 2019 como motor do crescimento brasileiro neste ano.

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“O crescimento das vendas do varejo acelerou nos últimos meses, com as vendas de veículos e materiais de construção, entre outros setores, a um ritmo mais rápido que o registrado no início da recuperação econômica”, pontua Gersan Zurita, um dos vice-presidentes da Moody’s.

A Moody’s espera inflação de 3,7% em 2020 e 3,8% em 2021, puxada para baixo por reajustes abaixo das médias históricas para o setor de serviços, em especial aluguel, serviços pessoais, energia e transportes públicos. Por outro lado, reconhece o risco de que as carnes continuem pressionadas ao longo deste ano, como resultado da demanda asiática por proteína brasileira.

A aposta também é de que o desemprego vá começar a recuar em 2020, principalmente para os seguimentos de renda mais baixa, com alta propensão ao consumo. As famílias de renda mais alta, com taxas de desemprego mais baixas, devem suportar o consumo de veículos e outros bens duráveis.

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Para o crédito, a Moody’s vê continuidade do aumento da demanda de consumidores, que atingiu pico em 2019. O afrouxamento das condições financeiras em 2020 deve impulsionar a aceleração do crescimento econômico apesar da leve alta da inadimplência no ano passado.

A agência de classificação de risco também espera ver alta no financiamento imobiliário, devido à baixa inflação e à taxa de juros em mínimas históricas que devem reduzir as taxas da modalidade. Com isso, o setor de construção civil deve crescer aproximadamente 10% até a metade de 2021, puxado pela demanda das famílias de média e alta renda.

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