Os executivos do setor automotivo preveem um segundo semestre melhor, em termos de vendas, em razão de fatores sazonais e do maior número de dias úteis. Mesmo assim, os representantes das montadoras que participam do seminário Revisão das Perspectivas 2014, promovido pela Autodata, se mantêm cautelosos.

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“As vendas vão ficar um pouco melhor, algo em torno de 2%, 3%, no segundo semestre (na comparação com o mesmo período do ano passado). Eu tenho uma convicção muito forte de que não faltam clientes, o que há é uma conjuntura de fatores que está impedindo esses clientes de comprar”, comenta Marcos Munhoz, vice-presidente corporativo da GM. Entre esses fatores, ele cita a alta da taxa básica de juros (Selic) e a maior seletividade dos bancos na concessão dos financiamentos.

Para Olivier Murguet, presidente da Renault, julho ainda terá números ruins, mas os meses subsequentes serão melhores. “Eu ficaria satisfeito se agosto e setembro tivessem as mesmas vendas do ano passado”, afirma. Já Fabrício Biondo, diretor de marketing da PSA Peugot Citroën, diz que o mercado passa por um ajuste natural em meio à desaceleração da economia, e após crescer bem por dez anos seguidos. “É um ajuste, no longo prazo nós vamos continuar investindo”, garante.

Entre as principais preocupações do setor estão as exportações para a Argentina, que caíram fortemente no primeiro semestre, mas devem melhorar após um acordo entre os governos argentino e brasileiro. “Os exportadores estão sendo muito prejudicados pela situação na Argentina, espero que agora melhore”, diz Antônio Megale, diretor de assuntos governamentais da Volkswagen.

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No caso da Renault, onde as exportações respondem por quase 25% das vendas, Murguet não se mostra muito otimista com a crise do país vizinho. “O segundo semestre deve continuar fraco, ainda não temos uma visão muito clara”.

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