Moedas desaparecem e faltam para troco

Estão em circulação hoje, no Brasil, 8.051.162.590 de moedas. Isso significa uma média de 46 moedas por brasileiro. Para esse ano a previsão é que sejam fabricadas pela Casa da Moeda 1,5 bilhão de novos numerários. Mas um levantamento do Ibope apontou que 40% das moedas que deveriam estar circulando, acabam esquecidas em gavetas e bolsos, e resultam em uma demanda de mercado.

Quem sente na pele essa dificuldade são os comerciantes, principalmente os que trabalham com pequenos valores. O operador de fotocópias, Maurício Garcia Ferreira diz que algumas vezes acaba tendo prejuízo, pois uma fotocópia custa R$ 0,07 e dificilmente os clientes três moedas de R$ 0,01 para o pagamento. “O que nós fazemos é pedir para o cliente pagar a diferença depois, mas nem todos voltam”, revela. A caixa de farmácia, Erika Teixeira da Silva, diz que sente mais dificuldade em encontrar moedas de R$ 0,50. “Muitas pessoas usam esse valor para complementar a passagem do ônibus, que custa R$ 1,50, e na hora de pagar a compra, a moedinha já sumiu”, afirma.

Para o comerciante Yasunoni Nomyama a maior dificuldade são moedas de R$ 0,05 e R$ 0,10, que ele diz que há muito tempo sumiram de circulação. Já a vendedora Jaci Cesar de Oliveira, que possui um banca de doces e salgados no centro de Curitiba, afirma que não percebeu a falta de moedas, mas garante que a maioria das pessoas não gostam de recebê-las como troco. “Se tenho que dar R$ 3,50 de troco, as pessoas preferem levar R$ 0,50 em produtos do que carregar as moedas”, disse. Para Jaci, essa falta de consciência das pessoas é que acarreta o problema.

Campanha

A maior conscientização das pessoas em relação ao uso das moedas será o tema principal de uma nova campanha que o Banco Central vai lançar neste semestre. O projeto ainda depende da aprovação de recursos, mas deverá seguir os mesmos moldes da campanha feita em 2001, que contou, principalmente, com divulgação nos meios de comunicação e trabalhos em escolas.

O chefe do Departamento do Meio Circulante do Banco Central do Brasil, José dos Santos Barbosa diz que o engavetamento de moedas representa um prejuízo para a população. “A impressão de novas moedas tem um custo, e quem paga isso é a própria população”, revela. Segundo ele, além das pessoas deixarem de utilizar o numerário, ainda existe uma demanda crescente. “No Canadá, a média de moedas por habitante é de 600, e no México 100. A média brasileira, de 46 por habitante já está insuficiente, pois a variação no sistema de utilização vem crescendo”, afirma.

Para levantar essa demanda o Banco Central faz um trabalho junto com representantes do comércio, transporte e bancos para mapear as necessidade de trocos em diversos estados. Através desse trabalho é possível verificar qual a real situação de cada localidade. Barbosa comentou que no Rio de Janeiro, por exemplo, o metrô está custando R$ 1,47, e em conseqüência, a demanda de moedas de R$ 0,01 cresceu.

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