Moda do Paraná para chileno consumir

Empresas paranaenses do setor têxtil mostraram ontem, em um desfile em Curitiba, as roupas que vão exportar para o mercado chileno. A venda é um dos resultados da missão comercial liderada no Chile pelo governador Roberto Requião no final de maio. São indústrias de confecção prontas para participar do Circuit Busines Fashion, um dos maiores encontros da moda do Mercosul a ser realizado em Santiago no próximo dia 15.

Os empresários estão otimistas e esperam voltar com pedidos no valor mínimo de US$ 500 mil anuais em carteira. Durante o desfile em Curitiba, foram apresentadas peças da moda feminina praia, esportiva, jovem e executiva. A Secretaria da Indústria e Comércio, organizadora da missão empresarial, cadastrou 11 empresas paranaenses para a rodada de negócios a ser realizada em Santiago. São indústrias de Curitiba, Londrina, Cianorte e do Sudoeste do Paraná.

?Agora é a prova de fogo dos empresários?, disse o empresário Ardisson Akel, da Cia. da Roupa, de Curitiba. Akel vai levar peças de moda executiva, como terninhos, blazers, calças e saias numa linha mais sóbria. Segundo o empresário, a moda de sua empresa é bem adequada à mulher chinela ?que é elegante, mas conservadora?. Ele entende que há uma proximidade grande entre a mulher chilena e a curitibana e, por isso, acredita no sucesso do empreendimento.

O empresário Adilson Filipaki, da Abbici, de Curitiba, também manifestou otimismo com a viagem ao Chile. Ele vai levar moda em tricô, peças que podem ser usadas no dia-a-dia. Segundo Filipaki, sua empresa já exporta peças para os Estados Unidos através do Consórcio de Exportadores e é a primeira vez que vai tentar vender para o mercado chileno.

Emprego e renda

Os empresários calculam que podem ampliar suas estruturas de produção em pelo menos 20%, o que deverá gerar mais empregos e renda no Estado. Segundo Santiago Gallo, coordenador da missão dentro da Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, as empresas do setor têxtil que estão indo para o Chile já vendem bem no mercado interno e agora estão tentando uma receita adicional para ampliar suas empresas.

A consultora de moda Conceição Borges, que está auxiliando na coordenação da missão empresarial, acredita no sucesso do empreendimento. Segundo ela, 98% dos produtos têxteis vendidos no Chile são importados principalmente da China, que oferece moda mais barata mas de pouca qualidade. ?Os empresários chilenos também querem um produto de mais qualidade e criatividade, característica da moda brasileira?, afirmou.

?Chegou o momento de as empresas paranaenses do setor têxtil investir no mercado externo com marcas próprias?, defende Conceição. Segundo ela, o Paraná ocupa o segundo lugar no ranking nacional do setor têxtil, mas investe pouco em marcas próprias. ?É muito comum empresas paranaenses produzirem como facções para marcas e lojas famosas?, diz. ?Mas o momento do Paraná é de caminhar e vender marcas próprias?, salientou.

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