Missão do governo inicia amanhã negociações com o FMI

Uma missão do governo brasileiro desembarca amanhã (31) em Washington com uma difícil missão: correndo contra o relógio e sem contar com um compromisso formal dos candidatos à presidência da República, negociar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) capaz de acalmar o mercado financeiro.

Integrantes da equipe econômica sabem que a tarefa ?não é trivial?, mas estão confiantes em dois pontos: o acordo sairá logo e envolverá um ?volume significativo de recursos? capaz de ?construir uma ponte? até os primeiros meses de mandato do sucessor.

A expectativa do grupo é amarrar um pacote de dinheiro novo, cujo montante não é revelado. A maior parte virá do FMI, mas também pode incluir recursos do Banco Mundial (Bird) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O ministro da Fazenda, Pedro Malan, tem repetido que ?não faltará apoio internacional ao Brasil.? Essa impressão foi reforçada pela preocupação da Casa Branca em colocar panos quentes nas declarações do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O?Neill.

Quanto será emprestado ao Brasil, a forma do desembolso, o prazo coberto pelo novo programa, as condições envolvidas no acordo e o papel da equipe do futuro presidente no acordo são ainda questões em aberto.

?Não creio que haja resposta disponível a essas perguntas?, disse à Agência Estado um dos integrantes da missão  pouco antes de embarcar. ?Tudo que se diz e se escreve no momento é pura especulação.? O grupo é chefiado pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier. Também fazem parte da comitiva: o diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn; o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, embaixador Marcos Caramuru de Paiva; o secretário-adjunto de Política Econômica, Arno Meyer, e o chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Joaquim Levy.

O governo reconhece que a situação é complexa, admite que o País está começando a enfrentar as dificuldades provocadas pela retração da oferta de crédito às empresas brasileiras, para linhas de comércio exterior e de rolagem de suas dívidas.

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