Missão do FMI aprova revisão de acordo

O chefe da missão do FMI (Fundo Monetário Internacional), Phil Gerson, que está no Brasil, disse ontem que vai recomendar à diretoria do organismo a aprovação da segunda revisão do acordo de US$ 14,8 bilhões fechado no final do ano passado. A diretoria do FMI se reúne em meados de junho para analisar o relatório que será elaborado pela missão. Geralmente a avaliação dos técnicos é confirmado pela cúpula do organismo.

Caso seja mesmo aprovada, o Brasil ganhará o direito de sacar cerca de US$ 1,3 bilhão. No entanto, Gerson confirmou que o governo mantém a intenção de não trazer o dinheiro para as reservas internacionais, como fez com as parcelas liberadas em dezembro e fevereiro.

“A decisão de sacar ou não é de governo. O governo tem o direito de sacar. Nosso entendimento é que o governo não tem o interesse em sacar e não achamos que seja necessário”, disse.

O técnico do FMI também elogiou a condução da política econômica do governo. “O Brasil atingiu todas as metas estabelecidas no acordo com o Fundo. O governo está seguindo políticas monetária e fiscal apropriadas e está progredindo com uma agenda de reformas estruturais muito importante para promover o crescimento do País”, disse Gerson, que concluiu ontem os trabalhos do FMI no Brasil com um almoço com o ministro Antônio Palocci.

Sem crise

O economista também acredita que o nervosismo do mercado financeiro nas últimas semanas não é um indicativo de que o País esteja em crise.

“Não é uma crise, é volatilidade, algo normal. Temos que aceitar que de vez em quando há turbulência nos mercados.”

E apostou no fim do período de turbulência em breve: “Acho que é temporário, que vai passar e a melhor resposta das políticas é ignorá-la. (…) O melhor conselho é seguir fazendo as coisas que o governo está fazendo para reduzir as vulnerabilidades.”

Segundo as regras do acordo fechado com o Brasil, os técnicos do Fundo voltarão ao País dentro de três meses para coletar informações sobre a economia brasileira e verificar o cumprimento das condições previstas na carta de intenções assinada pelo governo.

A primeira revisão do acordo foi aprovada pela diretoria do FMI em março e possibilitou ao País sacar US$ 1,34 bilhão. O governo brasileiro, entretanto, já informou que não tem a intenção de sacar os recursos que serão liberados até o final do acordo, em fevereiro do próximo ano.

No total, o Brasil já garantiu o direito de sacar cerca de US$ 9,6 bilhões se computada uma outra parcela de US$ 8,2 bilhões colocada à disposição do governo no final de 2003 que também não foi trazida para as reservas do País. A parcela refere-se ao acordo anterior fechado com o Fundo em agosto de 2002, que previa a liberação total de cerca de US$ 30 bilhões.

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