O ministro de petróleo do Irã, Masoud Mirkazemi, alertou as potências mundiais que seu país pode interromper das exportações de petróleo se continuarem a impor sanções econômicas sobre a República Islâmica, segundo informou a agência de notícias iraniana semioficial Mehr. “O Irã é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e qualquer corte na oferta de petróleo do Irã certamente provocará uma disparada dos preços”, disse Mirkazemi durante uma entrevista coletiva em Teerã.

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Os temores de interrupção da oferta atrelados às tensões internacionais com o Irã, o segundo maior exportador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), geram nervosismo no mercado de petróleo há longa data. No ano passado, os preços do petróleo dispararam para o recorde de US$ 147 por barril após informes sobre as ameaças de Israel de atacar as instalações nucleares do Irã.

A agência Mehr não deixou claro se Mirkazemi se referia a possíveis restrições impostas pelo país sobre as exportações ou limitações decorrentes da falta de investimento. Mas o ministro foi citado como dizendo que o Irã tem como objetivo um investimento anual de pelo menos US$ 35 bilhões na exploração e produção de petróleo e gás ao longo dos próximos cinco anos de fontes domésticas e estrangeiras.

Contudo, para Rick Mueller, da consultoria ESAI, a afirmação do Irã de que pode parar as exportações de petróleo caso as sanções econômicas continuem é uma ameaça que já foi feita muitas vezes antes para gerar repercussões no mercado. “O Irã precisa mais do mercado de petróleo do que o mercado de petróleo precisa do Irã neste momento”, disse Mueller, observando que a Arábia Saudita sozinha pode rapidamente elevar a produção em volume suficiente para atender a demanda global se o Irã cortar sua oferta. Os comentários do ministro provavelmente tinham como objetivo reforçar o apoio doméstico ao regime, disse Mueller.

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Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), às 16h40 (de Brasília), os contratos futuros de petróleo com vencimento em janeiro eram negociados a US$ 78,94 por barril, com uma alta de US$ 1,66 (2,15%), cerca de US$ 0,20 acima de onde os preços estavam antes dos comentários do ministro iraniano circularem pelo mercado. As informações são da Dow Jones.