Agronegócio

Ministro diz que agronegócio precisa de R$ 2 bilhões

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse hoje que o valor de R$ 500 milhões para refinanciar as parcelas das dívidas de investimento no agronegócio que venceram em outubro foi calculado a partir de reuniões com os bancos e as montadoras. Entretanto, diz ele, se o setor precisar de R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões, estes montantes serão alocados. Ele disse que o ministério vai rastrear a liberação dos créditos, para depois definir se será necessário mais recursos para o refinanciamento das dividas de investimento.

Stephanes afirmou que é legítima a crítica dos produtores sobre a demora na liberação dos recursos para o plantio da safra. “É justo porque eles têm data para plantar e a janela é curta. Mas, por outro lado, a crise mundial também atingiu o Brasil, embora de forma menos intensa.” O ministro observou que a crise alterou o sistema de produção baseado em vendas antecipadas e financiamentos junto às tradings e bancos estrangeiros.

Stephanes lembrou que o sistema bancário tem aversão ao risco e que o plantio desta safra é feito em um momento de risco elevado para a agricultura, porque não se sabe como estará o mercado e os preços das commodities (matérias-primas) no momento da colheita. Ele observou que a situação é particularmente mais grave no Centro-Oeste, que é baseado justamente no modelo de produção de vendas antecipadas. Além disso, a região também sofre com custos maiores, em função dos problemas de logística. Ele disse que o governo procura amenizar a situação, mas há dificuldades porque a decisão depende do sistema bancário.

As declarações de Stephanes foram dadas hoje à tarde na Primeira Conferência Internacional de Biocombustíveis, em São Paulo. Stephanes e o ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Sergio Machado Rezende, assinaram um memorando para criação de um pólo de pesquisa da Embrapa em bioenergia, com sede em São Carlos (SP). Na ocasião, os ministros disseram que o objetivo é transformar a região em referência mundial do setor. O presidente da Embrapa, Silvio Crestana, anunciou que a empresa está desenvolvendo, em conjunto com o MCT, o primeiro laboratório de nanotecnologia dedicado ao agronegócio. “Este será o único laboratório no mundo de nanotecnologia para a agricultura, onde serão realizadas pesquisas que vão desde o uso da biomassa ao melhor aproveitamento de insumos até novos processos para produção de biocombustíveis de segunda geração.