Ministro da Agricultura quer explicação sobre álcool

Brasília – O governo decidiu aumentar a pressão para tentar reduzir os preços do álcool combustível. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, convocou os usineiros para uma reunião amanhã, com objetivo de saber do setor por que os preços atuais do álcool são superiores a 60% do valor da gasolina. Para demonstrar a importância do tema, o local escolhido para a reunião será o Palácio do Planalto, e não o Ministério da Agricultura. O ministro lembrou que, quando o governo autorizou a redução da mistura de álcool anidro na gasolina de 25% para 20%, ficou acertado com o setor que o limite do preço do álcool seria de 60% do preço da gasolina. A redução do percentual entrou em vigor em 1.º de fevereiro, após aceitação do Conselho Interministerial do Açúcar e Álcool (Cima), composto pelos ministérios da Agricultura, Fazenda, Minas e Energia e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Espero que esse acordo seja cumprido”, advertiu o ministro.

O ministro disse que vai tratar da questão dos preços do álcool no nível do convencimento e do cumprimento de compromissos assumidos. “Espero que isso seja suficiente como instrumento de bom senso”, afirmou, quando perguntado quais instrumentos ele teria para obrigar o setor a cumprir o acordo firmado recentemente com o governo.

Na contrapartida que permitiu a redução do percentual, os usineiros também comprometeram-se a produzir 1,5 bilhão a mais de litros de álcool na safra 2002/03, a antecipar a colheita da cana-de-açúcar para março e a exportar 11 milhões de toneladas de açúcar em 2003, ante 13 milhões em 2002. Rodrigues lembrou ainda que os usineiros informaram ter estoques de 3 bilhões de litros no final de 2002 e que a demanda interna é de cerca de 800 a 850 milhões de litros por mês.

Iraque

Uma guerra entre os Estados Unidos e o Iraque elevaria os custos de produção dos produtos agrícolas, principalmente considerando uma alta do petróleo e derivados e fertilizantes. “Esses custos extras podem perturbar a rentabilidade da agricultura na próxima safra”, advertiu. Rodrigues acrescentou, no entanto, que o País pode mostrar ao mundo uma alternativa energética renovável e ambientalmente favorável, como é o caso do álcool ou do biodiesel, que são alternativas ao petróleo.

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