O Ministério da Agricultura, através da Delegacia Federal, deflagrou operação especial de fiscalização com o objetivo de verificar a existência de sementes de algodão geneticamente modificadas no Paraná. Ontem, o assunto foi discutido durante reunião extraordinária da Subcomissão Estadual de Sementes de Algodão do Paraná.
O delegado federal do Ministério da Agricultura no Paraná, Valmir Kowalewski de Souza, aconselha aos produtores de algodão para que não comprem sementes sem exigir certificação de origem e que guardem a nota de compra das sementes, para evitar problemas futuros. Ele alerta que plantar sementes geneticamente modificadas é crime previsto em lei. Portanto, o infrator poderá, além de ter sua lavoura irregular destruída, responder criminalmente ao Ministério Público para que sejam abertos os processos judiciais, e perder benefícios de crédito para a produção.
Segundo informações técnicas, a situação poderá se tornar mais grave, tendo em vista a polinização cruzada por insetos com o algodão convencional e espécies silvestres nativas caso haja a implantação de cultura com semente de algodão geneticamente modificada. Além de crime, o plantio de algodão transgênico também pode provocar impactos ambientais que ainda não foram avaliados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança.
No Paraná, a intenção é marcar presença em todas as regiões produtoras de algodão. A estratégia de fiscalização consiste em enviar a campo equipes de fiscais federais agropecuários para coleta de amostras. Serão fiscalizadas todas as etapas do processo de produção, desde os produtores de sementes e comerciantes, até lavouras e as beneficiadoras do produto.
Para a próxima safra, o Ministério da Agricultura vai exigir testes de presença de organismos geneticamente modificados em todas as sementes de algodão usadas no plantio. Só poderão ser utilizadas sementes produzidas dentro do Sistema Nacional de Produção de Sementes.
Sexto maior
O Brasil é hoje o sexto maior produtor de algodão do mundo, com uma área total cultivada de 1,029 milhão de hectares na safra 2003/2004. Os principais estados produtores são Mato Grosso do Sul, Bahia e Goiás, que somados representam 69,25% da área cultivada. Os demais estados são Paraná, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal.