Mercado “turbina” o dólar para lucrar com títulos

O dólar comercial fechou em alta pela terceira sessão consecutiva. A moeda dos EUA subiu 0,83%, a R$ 3,03. No mês, já avançou 2%. Desde ontem, os bancos turbinam as cotações, de olho nos ganhos com os títulos da dívida cambial de US$ 1,3 bilhão que vencem amanhã.

O interesse do mercado é deixar a moeda elevada a fim de obter o maior valor possível da Ptax (média do dólar apurado pela Banco Central). Hoje, véspera do vencimento, o governo usa essa cotação de referência para calcular a remuneração dos papéis cambiais que vão ser resgatados.

De novo, o dólar oscilou bastante. Foi negociado na mínima de R$ 3,00 (queda de 0,16%) e na máxima de R$ 3,036 (alta de 1,03%).

No comércio exterior, os destaques foram os lotes de exportação fechados por grandes empresas como Petrobras e Volkswagen, segundo a diretora da corretora AGK, Miriam Tavares.

A negociação do governo para concluir a votação da reforma da Previdência também foi monitorado pelo mercado, segundo Fábio Galdino de Carvalho, do Banco Sudameris.

O mercado externo também favoreceu o avanço do dólar. Em alta, o risco – Brasil chegou a ultrapassar a barreira dos 800 pontos. O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, foi negociado em queda, em boa parte do dia.

Ontem o banco alemão Deutsche Bank divulgou que o fluxo de capitais para a América Latina vai permanecer fraco, e o real é uma moeda vulnerável nesse ponto. A instituição acredita que há espaço para uma máxima de R$ 3,20.

Para o Deutsche Bank, a desvalorização do real pode ganhar força, em caso de uma menor rolagem da dívida brasileira atrelada ao dólar, e da continuidade do movimento de busca por títulos americanos pelos detentores de papéis da dívida externa brasileira.

Bolsa

A bolsa de valores de São Paulo fechou ontem em alta de 0,31% com relação à véspera, e com índice Bovespa dos principais negócios a 13.602 pontos.

Na sessão anterior, esse indicador registrou alta de 0,45%, fixando-se nos 13.560 pontos.

Das 19 ações mais importantes da bolsa paulista que compõem o Bovespa, dez caíram, oito tiveram aumento e uma não foi negociada.

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