Mercado se normaliza com dólar caindo e Bolsa estável

O dia no mercado de câmbio foi de devolução do pessimismo registrado nas últimas semanas. O dólar encerrou os negócios da quarta-feira próximo da mínima do dia, em queda de 0,50%, a R$ 2,955, com investidores ainda à espera de dados dos EUA e sem a definição que se esperava do Fed.

A Bovespa fechou quase estável em um pregão marcado por giro fraco, forte alta de Petrobras com o preço recorde do petróleo, queda de Embratel após divulgar lucro abaixo do esperado, e avanço de Usiminas com balanço trimestral positivo.

O principal índice da Bolsa voltou ao patamar dos 20 mil pontos, com leve alta de 0,19%, aos 20.026 pontos. No ano, a perda acumulada está em 9,9%. Os negócios movimentaram R$ 904,517 milhões, abaixo da média diária do ano (R$ 1,2 bilhão).

Nesta sexta (dia 7), sai a taxa norte-americana de desemprego de abril, junto com outros dados do mercado de trabalho, além dos números dos estoques no atacado e do crédito ao consumidor em março. A expectativa é que a taxa de desemprego repita a de março, de 5,7%, de acordo com relatório da Global Invest.

Para alguns analistas, estes dados são mais importantes do que os dos juros dos EUA, pois podem influenciar as próximas reuniões do Fed, e mais do que isso: a própria projeção dos juros futuros. Ou seja, a volatilidade pode permanecer nas negociações dos títulos de países emergentes, pelo menos até a próxima reunião do Fed, nos dias 29 e 30 de junho.

“Se os dados vierem fortes, o Fed pode mexer nos juros antes do esperado”, diz o responsável pela mesa de derivativos do banco holandês Rabobank, Jorge Kattar. Já hoje, segundo ele, os chamados treasuries – títulos da dívida dos EUA – de 10 anos eram negociados a uma remuneração de 4,59%, 0,02 ponto percentual a mais do que anteontem.

O fator da alta teria sido a divulgação de um novo recorde do índice do setor de serviços pelo Instituto de Gestão de Oferta (ISM, pela sigla em inglês) em abril, de 68,4% contra 65,8% de março.

Os títulos da dívida externa brasileira também recuperam parte do valor e os C-Bonds fecharam em 91,687% do valor de face, em alta de 0,61%.

Um fator de pressão de alta no dólar que pode durar ainda até a próxima quarta-feira é o anúncio feito pelo Banco Central anteontem à noite, de que não rolará a dívida cambial de US$ 707 milhões que vence no dia 13, US$ 372 milhões em NBC-E e US$ 335 milhões em contratos de “swaps cambiais”.

Apesar de a decisão aumentar o volume de moeda americana no mercado, muitos bancos podem tentar forçar uma alta cotação até a véspera do resgate, pois a taxa média cambial, Ptax, do dia anterior é a que é utilizada para liquidação dos contratos.

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