Mercado reduz projeção de crescimento

Rio (ABr) – O mercado reduziu a previsão de crescimento da economia em 2005, de 2,48% para 2,40%, segundo a última pesquisa do ano do Banco Central (BC) com instituições financeiras. O relatório foi fechado em 30 de dezembro e divulgado nesta segunda-feira. Para 2006, a perspectiva de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas geradas pelo país) ficou estável em 3,5% segundo a pesquisa semanal do BC com cerca de cem analistas dos bancos.

O mercado mantém a projeção de inflação para 2006 medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado no sistema de metas do governo. A aposta está em 4,50%, dentro do alvo do BC. É a terceira semana seguida de manutenção da projeção na pesquisa com as instituições financeiras. Os analistas dos bancos acreditam que a inflação em 2005, que ainda será divulgada, tenha ficado em 5,68%, a mesma projeção também há três semanas e acima do centro da meta (5,1%) para o ano passado.

A expectativa dos bancos é de que a inflação pelo IPCA em janeiro será de 0,40%, a mesma aposta há seis semanas. Para dezembro de 2005, a mediana das expectativas está em 0,35% há três semanas.

Para que o BC atinja seu objetivo de controlar a inflação, o mercado continua apostando num corte gradual na Selic – a taxa básica de juros da economia. A mediana das expectativas é de corte de meio ponto percentual na taxa em janeiro, que cairia de 18% ao ano para 17,5%. Para o fim do ano de 2006 o prognóstico é de que a taxa chegue a 15% ao ano.

Para o superávit da balança comercial (a diferença entre exportações e importações) a expectativa subiu em relação ao resultado do ano passado e para 2006. Para 2005, a estimativa é de saldo comercial de US$ 44,16 bilhões (há uma semana era de US$ 44 bilhões). Já para 2006 o prognóstico subiu de US$ 36,90 bilhões, há uma semana, para US$ 36,98 bilhões, hoje.

PIB

A soma das riquezas produzidas no país ao longo de 2005 indica crescimento de 2,40% na economia, segundo o boletim Focus. O chamado Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi o menor da América Latina, reduzido à metade dos 4,90% de 2004 e abaixo da previsão de 3,50% feita no início de 2005.

Isso decorre em parte da queda de 4,50% para 3,15% nas expectativas de crescimento da produção industrial do ano passado, somado ao fraco desempenho do agronegócio e do comércio em geral. Mas não altera a perspectiva de relação entre dívida líquida do setor público e PIB, mantida em 51,60% há dez semanas.

A pesquisa do BC, realizada com uma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras na última sexta-feira, mostra que os entrevistados apostam em um crescimento do PIB de 3,50% no ano que se inicia, como resultado da recuperação da produção industrial, que deve crescer 4,05% e contribuir para redução da relação dívida/PIB para 50,70%.

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