O mercado projeta taxa de juro em 25% ao ano ao final de julho, segundo pesquisa feita pelo Banco Central com analistas e consultores financeiros na última sexta-feira e divulgada ontem. A previsão é a mesma divulgada na semana passada. Isso significa que a projeção é de que o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) deverá reduzir em apenas um ponto percentual o juro básico da economia, que está em 26% ao ano.
As projeções continuam tímidas também para agosto, já que o mercado mantém a expectativa de Selic em 24% para o final do próximo mês.
As expectativas cautelosas dos analistas têm como base o discurso feito pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na semana passada.
Meirelles praticamente afastou a possibilidade de um corte abrupto no juro na reunião deste mês, como esperava parte do mercado.
Com a deflação de 0,15% registrada em junho pelo IPCA (Índice de Preços de Inflação), do IBGE, índice utilizado pelo governo para monitorar as metas de inflação, parte do mercado começou a cogitar que o BC deveria cortar a Selic em pelo menos dois pontos percentuais.
O presidente do BC, por sua vez, sinalizou que a maior probabilidade é de uma queda pequena ao dizer que embora o risco de descontrole inflacionário não exista mais, “o combate à inflação é um esforço continuado”. Ou seja, o BC continuará atento e não permitirá o retorno da inflação.
À luz dos resultados recentes [da inflação] obtidos, entendemos que a política monetária deve continuar a se orientar de forma a garantir que a desaceleração da inflação seja sustentável?, afirmou. “O BC não poderia sancionar o processo de volta da inércia inflacionária ao Brasil. Não o fizemos e não o faremos”, acrescentou Meirelles.
As previsões dos analistas estão de acordo também com os juros futuros para os próximos meses, que fecharam na sexta-feira com pouca alteração em relação a quinta.