Mercado mostra-se conservador sobre redução dos juros

O mercado financeiro está cada vez mais conservador com relação à retomada dos cortes de juro básico (taxa Selic), revela o relatório Focus de mercado divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Banco Central. Há um mês, analistas acreditavam que o Comitê de Política Monetária (Copom) começaria a reduzir a taxa Selic em abril. Essa data, porém, foi sendo postergada durante dezembro com o anúncio de dados de inflação e o noticiário econômico. Isso fez com que a expectativa dos analistas para o primeiro corte dos juros em 2008 fosse transferido para o segundo semestre, em outubro. Este ano, o Copom se reunirá oito vezes para analisar o comportamento da Selic.

O primeiro relatório Focus do ano mostra que o mercado acredita que o juro começará a cair em outubro, para quando é projetada redução de 0,25 ponto porcentual. Na reunião seguinte, em dezembro, analistas acreditam que haverá outro corte de 0,25 ponto, o que faria com que a Selic terminasse o ano em 10,75%. A taxa em vigor é de 11,25% ao ano.

O cenário é bastante diferente do observado há um mês. No início de dezembro, o mesmo relatório Focus mostrava que o mercado acreditava que primeiro corte de 0,25 ponto seria em abril. Depois, ocorreriam reduções de igual proporção em junho ou julho setembro e dezembro. Nesse cenário mais otimista, o juro terminaria o ano em 10,25%.

Mas a divulgação de indicadores de preço em patamar mais alto que o esperado e o noticiário econômico que contou com a derrubada da CPMF e o pacote do IOF fizeram com que analistas ficassem cada vez mais pessimistas com relação ao tema. Isso começou em 7 de dezembro, quando o mercado passou a acreditar em apenas três cortes em 2008: junho, julho e setembro. Nesse quadro, o juro terminaria 2008 em 10,50%.

O cenário foi novamente alterado no relatório produzido com dados de 21 de dezembro. No documento, analistas passaram a prever apenas duas reduções de 0,25 ponto: setembro e outubro. Mais recentemente, no relatório feito com dados de 28 de dezembro, o ambiente ficou ainda mais conservador e analistas mantiveram a projeção de dois cortes de 0,25 ponto. A redução, no entanto, deve ocorrer mais tarde no calendário: outubro e dezembro.

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