Mercado mantém IPCA de 2009 e eleva dólar a R$ 2,10

Após quatro semanas consecutivas de alta, o mercado financeiro interrompeu a elevação das projeções para a inflação de 2009 medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (17), a estimativa para o IPCA em 2009 manteve em 5,20%. Há quatro semanas, a projeção era de 4,90%. Para 2008, o número apresentou ligeira redução de 6,40% para 6,39%. Apesar da queda, o número ainda é superior ao registrado há um mês, quando estava em 6,23%.

Analistas elevaram a previsão para o dólar no fim de 2009 pela terceira semana seguida na pesquisa Focus. A estimativa para o patamar do câmbio no fim do próximo ano saltou de R$ 2,01 para R$ 2,10. O valor é R$ 0,20 superior ao registrado há quatro semanas, quando a previsão estava em R$ 1,90. Para o câmbio em 2008, as projeções subiram pela sétima semana consecutiva. Na pesquisa, a estimativa para o patamar do dólar no fim deste ano subiu de R$ 2,05 para R$ 2,10. Há quatro semanas, a previsão também estava em R$ 1,90.

A pesquisa Focus traz elevação também das estimativas para o patamar do juro no fim de 2009. Segundo o levantamento feito com cerca de 80 analistas do mercado financeiro, a previsão para a taxa Selic no fim do próximo ano subiu de 13,25% para 13,31% ao ano. Apesar da elevação, o número ainda é inferior ao registrado há um mês, quando estava em 13,50%. Para 2008, a estimativa para o juro no fim do ano manteve-se em 13,75% ao ano, o que indica previsão de estabilidade da taxa na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que acontece nos dias 9 e 10 de dezembro.

Sobre a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, o mercado alterou ligeiramente os números na comparação com a pesquisa anterior. Para 2009, a previsão caiu de 38,5% para 38%. Para 2008, a estimativa caiu de 39,5% para 39,04%. Há um mês, as projeções para a dívida estavam em 38,9% e 40,45%, respectivamente.

PIB

Na mesma pesquisa, os analistas mantiveram as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2009 e 2008. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano manteve-se em 3% pela segunda semana consecutiva. Há um mês, a previsão de crescimento econômico estava em 3,35%. Para 2008, a expectativa de crescimento do PIB manteve-se em 5,23% pela terceira semana seguida. O número esperado é ligeiramente superior ao visto há quatro semanas, quando a previsão estava em 5,22%.

Houve redução, entretanto, na projeção para o crescimento da produção industrial em 2009, de 3,70% para 3,16%. Para 2008, a estimativa de crescimento do segmento oscilou de 5,77% para 5,80%. Há um mês, o mercado esperava expansão industrial de 4% e 5,45%, respectivamente.

Contas externas

A pesquisa semanal Focus trouxe pouca alteração das previsões para as contas externas. A projeção para o déficit em conta corrente em 2009 manteve-se em US$ 31,65 bilhões, ante US$ 33,23 bilhões de quatro semanas antes. Para 2008, a projeção de déficit permaneceu em US$ 30 bilhões, contra US$ 29 bilhões registrados quatro semanas antes.

Para o superávit comercial em 2009, a expectativa para o saldo subiu de US$ 13,03 bilhões para US$ 13,32 bilhões. Para 2008, a projeção de superávit oscilou US$ 23,82 bilhões para US$ 23,78 bilhões. Há quatro semanas, as projeções eram de um superávit de US$ 12,7 bilhões no próximo ano e de US$ 24 bilhões neste ano.

A estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2009 caiu de US$ 26 bilhões para US$ 25 bilhões, na segunda redução seguida. Há um mês, o número estava em US$ 30 bilhões. Para 2008, permanece a previsão de US$ 35 bilhões, número repetido há oito semanas.