Mercado eleva projeção do IPCA para 5,72%

Brasília

(AE) – A expectativa do mercado financeiro com relação a inflação este ano continua se deteriorando. Pesquisa feita pelo Banco Central, ouvindo diversas instituições financeiras, revela mais uma piora da projeção para inflação em 2002. Depois de estimarem, há duas semanas uma variação de 5,53% ao ano, superando o teto da meta definida pelo governo, as instituições agora acreditam que a inflação este ano baterá em 5 72%. Houve também uma piora em relação às projeções para o crescimento econômico e taxa de câmbio. Em contrapartida, foi elevada a projeção para o saldo da balança comercial e reduzida a estimativa para o déficit em transações correntes.

O Banco Central trabalha com a hipótese de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – utilizado pelo governo no programa de metas de inflação – acumulará este ano uma variação de 5,5%, ou seja, exatamente o teto da meta de 3,5% com a margem de variação de dois pontos porcentuais para cima. O mercado, desde a semana passada, já vem trabalhando com a possibilidade do governo estourar a meta, assim como já fez em 2001.

Para 2003, entretanto, os analistas consultados pelo BC apontam que a inflação será de 4%, dentro da meta oficial. Em relação ao crescimento econômico, as instituições financeiras reviram, para baixo, suas estimativas para a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Agora, a projeção é de um crescimento de 2%, ante 2,2% estimado na pesquisa passada. Essa nova projeção é idêntica à do governo. Para 2003, os analistas mantiveram suas estimativas de um crescimento de 3,5% do PIB.

Câmbio

Outro dado que sofreu uma piora em suas projeções foi a taxa de câmbio para o fechamento de 2002 e 2003. Os analistas apostam que o dólar deverá fechar este ano valendo R$ 2,59, ante projeção anterior de R$ 2,55. Para 2003, a aposta é de que, no fim do ano, o dólar estará cotado a R$ 2,69. Na pesquisa passada, a estimativa era de uma taxa de câmbio ao final de 2003 de R$ 2,65 por dólar.

Pelo lado do setor fiscal, as projeções feitas pelo mercado apenas se adequaram à nova meta de superávit primário estipulada pelo governo para 2002: 3,75% do PIB. Para 2003, foi mantida a estimativa de um superávit primário das contas públicas equivalente a 3,50% do PIB.

Pelo lado comercial, o mercado elevou de US$ 4,35 bilhões para US$ 4,47 bilhões sua estimativa média para o saldo da balança comercial ao final de 2002. Ainda assim, essa projeção é inferior à estimativa oficial, que é de um superávit de US$ 5 bilhões. Para 2003, foi mantida a projeção de um saldo comercial positivo em, também, US$ 5 bilhões.

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