Mercado baixa previsão de crescimento do PIB

Brasília  – A mais recente pesquisa semanal feita pelo Banco Central para apurar as expectativas do mercado mostra que as instituições financeiras continuam apostando na redução das taxas de juros e da inflação, mas também acreditam numa queda da atividade econômica maior do que a que vinha sendo prevista até agora. De acordo com o levantamento concluído na semana passada, apesar de dar como certo que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá reduzir novamente a taxa básica de juros na reunião que começa hoje, o mercado reduziu de 1,7% para 1,59% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Segundo a pesquisa, a aposta predominante entre 80 instituições financeiras e empresas de consultoria é de que a taxa Selic estará, no final do 2003, em 20,13%. No levantamento anterior, a estimativa era de 20,5% ao ano para o final de dezembro. Para o fim de 2004, os analistas ouvidos mantiveram a projeção em 16% ao ano.

IPCA

A aposta na redução dos juros é baseada nas projeções otimistas sobre o comportamento da inflação. De acordo com a pesquisa, os agentes de mercado esperam que o o IPCA índice utilizado pelo governo no programa de metas de inflação acumulará alta de 7,04% nos próximos 12 meses, e não mais de 7 16%, como estimado até a semana passada. Para 2003, a projeção é de alta de 10,62%, uma queda de 0,19 ponto porcentual em relação à estimativa anterior. O mercado reduziu ainda a estimativa de IPCA de julho (de 0,90% para 0,70%) e de agosto (de 0,65% para 0 60%). Para 2004, a aposta dos agentes ouvidos pelo BC é de inflação de 6,55%.

Um dos fatores que contribuem para a queda das expectativas em relação ao IPCA é a projeção de alta menor para o conjunto de preços administrados, que incluem tarifas como as de energia elétrica e telefonia. Para as instituições ouvidas pelo BC, esse conjunto de preços deverá ter elevação de 14,07% em 2003, abaixo dos 14,60% anteriormente previstos. Para 2004, a projeção para a inflação desses preços caiu de 9% para 8,65%.

Pelo lado do crescimento da economia, além de prever expansão menor do PIB em 2003, o mercado reduziu mais uma vez a estimativa de ingresso de investimentos estrangeiros diretos. O volume esperado neste ano caiu US$ 700 milhões, para US$ 9 bilhões no total. Para 2004, a projeção do mercado é de uma entrada de US$ 12,60 bilhões em investimentos diretos, o que representa uma queda de US$ 400 milhões em relação à projeção da pesquisa anterior.

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