Menor estoque da indústria eleva confiança de consumidor

O ajuste dos estoques da indústria no mês de janeiro contribuiu para o pequeno crescimento, de 0,2%, do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em fevereiro, disse, hoje, o coordenador da Sondagem Industrial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo.

Dos 14 setores consultados na pesquisa mensal da FGV, apenas três disseram estar com mais de 10% das empresas fortemente estocadas. Esses três setores, de acordo com Campelo, respondem por 6% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial brasileiro. Esses três setores, que já tinham sido os mesmos com elevado nível de estoques de janeiro, são o têxtil, farmacêutico e veterinário e o mobiliário.

Em dezembro, eram oito os setores com alto nível de estoques, respondendo por 41% do PIB industrial. Apesar da redução no número de setores estocados acima do desejável, Campelo avalia que o ICI está expandindo pouco porque a indústria acabou sendo influenciada pela queda de 1% na demanda interna na passagem de janeiro para fevereiro. “Nossa interpretação era a de que, com os ajustes dos estoques, seria aberta uma perspectiva de crescimento maior. Mas o resultado de fevereiro mostrou que os ajustes de estoques não melhoraram o nível de confiança do empresário”, avaliou.

A leitura dos dados feita pelo coordenador da pesquisa é de que a redução dos estoques, por ser uma variável mais presente no dia a dia do empresário, levou ao crescimento de 0,6% do Índice da Situação Atual (ISA) em fevereiro. No entanto, a piora da demanda interna prejudicou o Índice de Expectativas (IE), que recuou 0,4% em fevereiro na comparação com janeiro.

Outro fator que pode ter contribuído para a evolução aquém do esperado no Índice de Confiança é o câmbio, cuja cotação continua impondo perda de rentabilidade à indústria e ao mesmo tempo barateando as importações.

“De qualquer forma, o pior momento da indústria ficou para trás, em outubro de 2011, quando a confiança ficou estável e as expectativas começaram a piorar”, disse Campelo. (