O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, avalia que os números do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano mostram que a economia apresentou “expansão vigorosa” e “demonstram de forma cabal mais uma vez o acerto da estratégia adotada de combate à crise”. Em rápido pronunciamento realizado no início da noite, ele afirmou que os dados mostram também que a economia brasileira “se recuperou integralmente dos efeitos da crise de 2008 e 2009”.
Ao lembrar as ações adotadas pelo Brasil para minimizar os efeitos da crise, Meirelles destacou as medidas adotadas pela autoridade monetária. “Uma parte fundamental foi a sequência de medidas. Em primeiro lugar, as medidas visando restaurar a liquidez em reais e em dólar”, citou, ao lembrar as ações do BC que ofereceram recursos a bancos que poderiam enfrentar problemas com a falta de dinheiro disponível na época.
Outra medida destacada pelo presidente do BC foram os empréstimos de dólares das reservas internacionais direcionados aos bancos e empresas que enfrentavam dificuldade em conseguir crédito no mercado bancário. Na época, segundo ele, o sistema financeiro estava em colapso e o BC precisou temporariamente substituir as instituições financeiras nessas operações.
“Depois que foi restaurada a funcionalidade dos mercados, aí sim vem a adoção de medidas fiscais, estímulos monetários e creditícios”, afirmou o presidente do BC, ao citar outras medidas, como as adotadas pelo Ministério da Fazenda que reduziu impostos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Investimentos
Meirelles comemorou o resultado do investimento no primeiro trimestre de 2010. Ele afirmou que os três primeiros meses de 2010 compuseram o quarto trimestre consecutivo em que houve crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), sendo o terceiro trimestre seguido em que a expansão trimestral superou 7%. “Esse resultado foi particularmente importante porque o setor foi o mais seriamente atingido pela crise”, disse.
Pela ótica da oferta, Meirelles comemorou a expansão mais expressiva da indústria e agropecuária. “Essa dinâmica contribui para balancear a dinâmica da economia haja vista que a indústria e a agropecuária foram os que mais sofreram na crise”, avaliou. O segmento industrial, inclusive, foi o que liderou a expansão na comparação anual.