O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, endossou hoje, em Belo Horizonte, a decisão do governo de mudar a direção do Banco do Brasil (BB). Na semana passada, a administração federal anunciou a substituição do presidente do BB, Antonio Lima Neto, por Aldemir Bendine.

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Na ocasião, diante da insistência de jornalistas sobre se a saída era motivada pelos spreads bancários cobrados pelo banco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu: “A redução do spread bancário neste momento é uma obsessão minha.” Spread é a diferença entre o custo de captação dos recursos pelo banco e o juro cobrado no empréstimo.

Hoje, Meirelles afirmou que “o governo federal, controlador majoritário do Banco do Brasil, tomou a medida que seria adequada, visando a garantir o funcionamento da instituição, não apenas equilibrado e lucrativo, mas também sintonizado com as necessidades do País”.

De acordo com Meirelles, que participou do ciclo de debates Minas Combate a Crise, o BC tem as ações centradas em três pilares para reduzir o spread: o seguro para depositantes de bancos pequenos e médios de até R$ 20 milhões, a oferta de dólares às empresas por meio de leilões sem direcionamento e a presença forte de bancos públicos por meio de uma atuação competitiva, forçando um mercado de crédito cada vez mais eficiente.

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Selic

Meirelles afirmou também que a taxa básica de juros adequada atualmente é aquela que está em vigor, determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A Selic está atualmente em 11,25% ao ano. “Certamente, na próxima reunião, vamos tomar a decisão levando em conta todos os fatores que influenciam a atividade econômica”, afirmou.

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Para Meirelles, a taxa apropriada é aquela que assegura o estímulo adequado à economia e mantém o equilíbrio macroeconômico de curto e médio prazo. “Tudo tem de ser feito com equilíbrio. Todos queremos juros mais baixos, os exportadores querem dólar mais caro e os importadores, dólar mais barato, mas as decisões estão sendo tomadas, estão sendo avaliadas de forma correta por analistas do mundo inteiro”, disse. A palestra de Meirelles foi toda baseada nas ações adotadas pelo Brasil enfrentar a crise.

Ele deixou no início da tarde o Expominas da capital mineira, onde é realizado o ciclo de debates Minas Combate a Crise, promovido pela Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), governo do Estado, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Meirelles partiria ainda hoje para o Rio.