O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou hoje que, com o lançamento de segunda família de cédulas do real, considera encerrada sua missão na administração pública federal. “Sempre considerei a importância de se sair na hora certa. O momento certo de sair é quando tudo vai bem. Esse lançamento é o momento oportuno para que eu possa considerar encerrada minha missão na administração pública federal”, disse ele, em discurso nesta tarde.

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Ele informou que terá quatro meses de quarentena ao deixar o Banco Central, mas tem como projeto escrever um livro sobre a sua experiência de oito anos à frente do BC, retomar a presidência da Associação Viva o Centro, em São Paulo.

Em seu pronunciamento, Meirelles destacou que o real tem se consolidado não só como uma moeda forte e estável, mas como uma reserva de valor, inclusive com o reconhecimento internacional.

O presidente do BC salientou que a nova família de notas entra em circulação diferentemente dos modelos do passado, em que, por conta da inflação, a substituição tinha que ocorrer rapidamente. Dessa vez, explicou, a troca se dá de forma gradual e as duas famílias de cédulas podem conviver tranquilamente sem prejudicar o conforto da população. Ele ressaltou o fato de a moeda estar sendo trocada sem mudança de valor, como os cortes de zero que foram feitos nos períodos de hiperinflação.

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Meirelles disse que o caminho enfrentado para reduzir a inflação observada no início de sua gestão “não foi fácil”. Ele lembrou que, no começo do governo Lula, a inflação anualizada girava em torno de 30%, mas que caiu a partir de 2004 e, desde então, permaneceu dentro da meta em todos os anos.

Em tom de balanço, ele lembrou que, nesse período, o governo brasileiro conseguiu melhorar o perfil da dívida e acumular reservas internacionais, o que permitiu reduzir risco a crises externas e abriu caminho para que o Brasil recebesse o grau de investimento. Ele também ressaltou que, nesse período, o Brasil quitou a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e passou, inclusive, a ser credor líquido internacional.

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