O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou que a proposição de novos impostos ou o ressurgimento de tributos, como a CPMF, depende de alguns fatores e seria feita dentro de um plano que contempla corte de despesas. “Qualquer aumento de imposto no Brasil hoje tem efeitos que não são totalmente positivos”, afirmou Meirelles em entrevista na quarta-feira, 18, à noite no SBT. “Mas é preciso diminuir o déficit público e fazer com que a dívida pública pare de crescer. (Então,) a ideia é a seguinte: Se não houver nenhum imposto, as despesas têm de ser cortadas mais profundamente”, afirmou.

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Questionado se a eventual instituição da CPMF será uma decisão do ministro e do presidente, Meirelles respondeu que sim, será uma decisão conjunta, e também “do Congresso”. Ao responder se haverá votos suficientes no Congresso para aprovar um possível aumento de impostos, Meirelles afirmou: “isso é o que iremos ver”. E ponderou: “O que é importante é apresentar para o Congresso e para a sociedade a realidade. O que é importante hoje é dizer a verdade”, disse o ministro.

Meirelles afirmou ainda que, no momento em que a confiança na economia seja retomada, as pessoas já começarão a ter mais disposição de comprar. Com isso, a arrecadação volta para uma trajetória crescente, o que contribui para a dinâmica da dívida pública.

Inflação

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Sobre a inflação, Meirelles afirmou que espera que o IPCA volte ao centro da meta o mais rápido possível e lembrou que esse resultado é fruto do papel do Banco Central. “Anunciamos Ilan Goldfajn (como presidente do Banco Central), que vai ser sabatinado e aprovado pelo Senado, esperamos que aprovado, e, a partir daí, vai começar o trabalho (de busca da convergência da inflação para o centro da meta)”, afirmou.

Meirelles observou que a inflação já dá sinais de arrefecimento e acredita que essa trajetória será favorecida ao passo que a situação fiscal do País tenha um ajuste correto. A situação fiscal mais favorável, conclui o ministro, fará com que a inflação passe a cair mais rapidamente à medida que a injeção de dinheiro público na economia diminua.

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Gastos

Questionado sobre a criação de um teto para os gastos, Meirelles respondeu que é “uma boa possibilidade”. “Eu gosto dessa alternativa, porque ela é constitucional e harmoniza todas as demais vinculações”, afirmou.

Previsões

Ao responder à pergunta sobre quando a economia vai voltar a crescer e o desemprego vai parar de subir, o ministro respondeu “nos próximos trimestres”. Segundo ele, dependerá muito do efeito das medidas do governo, da velocidade com que sejam aprovadas no Congresso e da retomada da confiança dos agentes na economia brasileira.

Meirelles afirmou que incentivos fiscais, que fizeram sentido no ápice da crise global de 2008, deveriam ter sido descontinuados. Ele citou dois erros que fizeram a economia chegar à atual crise: o excesso de gasto público e a intervenção em preços da economia, como segurar preço da gasolina e reduzir tarifas no setor de energia elétrica.