Medidas macroprudenciais complementam política fiscal, diz Tombini

Após o anúncio da nova equipe econômica, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, parece estar mais confortável para incorporar o tema política fiscal em seu discurso. E voltou a ressaltar o assunto, ausente em seus discursos anteriores. Em evento no Chile nesta sexta-feira, 5, o presidente do BC tocou nesse ponto por mais de uma vez. Disse que medidas macroprudenciais são complementares à política fiscal, monetária e ao câmbio flutuante, e que a política monetária e fiscal ajudam o câmbio a ficar mais estável para enfrentar desafios.

Quando foi confirmado à frente do BC por mais quatro anos na semana passada, em mesmo evento no Palácio do Planalto em que foram apresentados os ministros indicados da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, Tombini abordou a questão pela primeira vez depois de muito tempo. “Entendo que o fortalecimento da política fiscal por meio de um processo consistente e crível de consolidação de receitas e despesas, rigorosamente conduzido, deverá, ao longo do tempo, facilitar a convergência da inflação para a meta de 4,5% ao ano”, destacou.

A condução da política fiscal nos últimos anos foi uma pedra no sapato para o BC. A instituição passou a utilizar o modelo que leva em conta o impulso fiscal para medir os impactos (quase sempre negativos) dos gastos públicos sobre a condução da política monetária. A autarquia, sempre de forma discreta, chegou a mencionar aqui e ali por meio de um porta-voz ou documento, que não estava necessariamente satisfeita com os resultados primários. Mas era claramente um incômodo.

Agora, com a promessa de cumprimento de superávit de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem e de 2% nos dois anos seguintes, provavelmente o tema será tratado – e possivelmente detalhado – mais vezes pela autoridade monetária. Tombini falou hoje na conferência “Desafios para assegurar o crescimento e uma prosperidade compartilhada na América Latina”, promovida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em parceria com o governo do Chile, em Santiago, Chile.

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