Medidas da Argentina vão afetar indústria do Paraná

A indústria do Paraná vai enfrentar um período de dificuldades para se adaptar a novas condições de exportação que podem ser impostas pelo governo argentino, segundo avaliação da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

A Argentina é um dos maiores parceiros comerciais do Paraná e compra principalmente produtos industrializados, como automóveis, autopeças e veículos utilitários, tratores, refrigeradores, aparelhos de ar-condicionado e fogões e papéis. Até 2000, este grupo de produtos rendia ao Paraná US$ 231 milhões em exportações para a Argentina. Em 2003, foram comercializados US$ 204 milhões.

“Ainda não é possível medir o impacto financeiro das medidas argentinas em nossa produção industrial. O que certamente está acontecendo é um abalo psicológico nas empresas paranaenses que investiram e se qualificaram para disputar o mercado argentino”, avalia Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Fiep.

Segundo Rocha Loures, este tipo de atitude do país vizinho diminui a motivação do empresariado paranaense e o tempo para recuperá-la certamente vai influenciar no resultado da produção de bens duráveis, pois são restrições que atingem toda a cadeia produtiva dos setores metal-mecânico e eletroeletrônico.

Para o presidente da Fiep, as imposições da Argentina estão na contramão da expansão do comércio internacional. “Qualquer protecionismo é ruim, ainda mais quando buscamos fortalecer a integração entre os países do Mercosul”, afirma Rocha Loures. “O que os argentinos estão fazendo é igual ao que os países europeus fazem com nossos produtos agrícolas”, compara.

Na avaliação de Rocha Loures, o Brasil precisa estar preparado, porque haverá retaliações na mesma medida em que nossos produtos forem conquistando espaço em outros mercados. “Para que haja integração de verdade são necessárias políticas fiscais, trabalhistas e monetárias igualitárias. Para que isso aconteça, é preciso estratégia”, completa.

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