O resultado da produção industrial no mês de novembro, divulgado nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a contração esperada para o setor no final de 2013 começou em ritmo mais lento do que o esperado pelo mercado. Para o economista-chefe da Mauá Sekular, Alessandro del Drago, a queda de 0,2% de novembro indica que o ciclo de alta na produção da indústria após três meses consecutivos começou a se inverter. Ele prevê que essa contração ganhará força em dezembro.
A expectativa da Mauá Sekular era de queda de 0,90% para a produção industrial de novembro ante outubro. “A contração veio em uma intensidade menor do que esperávamos, com algumas surpresas de bens intermediários e bens duráveis”, aponta o economista. De acordo com ele, apesar da queda de aproximadamente 5% nos números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em novembro, o resultado do IBGE aponta alta de 0,3% para bens duráveis no mês.
“A parte de bens de capital, por outro lado, que é um segmento que estava sistematicamente vindo melhor, finalmente voltou a cair”, apontou, em referência à variação negativa de 2,6% no segmento.
Para dezembro, a expectativa é de que a queda na produção industrial venha com mais intensidade. A projeção do economista é de -0,8% na produção do último mês de 2013. “Os níveis atuais de confiança da indústria e os próprios coincidentes de dezembro estão vindo mais fracos, o que deve levar a uma nova queda no mês de dezembro”, apontou, citando o recuo de 18,6% na produção de veículos em dezembro ante novembro.
“A marcha começou com uma queda um pouco mais lenta do que o esperado, mas a reversão continua em 2014, a parte de investimentos deve ser fraca, afetando a produção industrial”, disse Drago, comentando que em ano eleitoral a incerteza é maior e o aperto monetário realizado pelo Banco Central desde abril do ano passado terá o efeito máximo sobre a atividade no início deste ano.