Manutenção em refinaria causa falta de gasolina em MG

Uma manutenção programada nos equipamentos da Refinaria Gabriel Passos (Regap) da Petrobras, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, está causando desabastecimento de gasolina em postos da capital e de municípios da região central de Minas Gerais. Com o desabastecimento, o preço do litro do etanol já chegou a R$ 2,399 em alguns postos, equivalente a mais de 80% do preço da gasolina, e revendedores afirmam que pretendem buscar o combustível em refinarias de fora do Estado, com aumento de custo que deve ser repassado aos consumidores.

As atividades de manutenção e inspeção tiveram início em 31 de julho e, segundo a Petrobras, a previsão é de que sejam concluídas no fim de setembro. Hoje, o comerciante Mário Augusto Lima, de 41 anos, tentou abastecer com gasolina em um posto na região central de Belo Horizonte, mas não conseguiu. Por sorte, tem um carro com motor flex e pode abastecer com etanol. “O tanque já estava na reserva e eu trabalho rodando com o carro o dia todo. O jeito foi por álcool, mas, pelo preço, sei que não compensa”, lamentou.

Segundo o presidente do Sindicato dos Revendedores Varejistas de Combustível de Minas Gerais (Minaspetro), Paulo Miranda, não há risco de desabastecimento, porque os estabelecimentos estão recebendo o combustível de forma alternada. “Se a pessoa não encontrar gasolina em um posto, há uns cinco em volta que vão ter o combustível. Mas tenho prejuízo, porque deixo de vender o produto”, salientou.

A Petrobras sugeriu como saída para manter os comerciantes manterem os tanques cheios buscar o combustível em refinarias de São Paulo – Refinaria de Paulínia (Replan) e Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos – e do Rio de Janeiro – Refinaria Duque de Caxias (Reduc). Com isso, porém, segundo Paulo Miranda, o custo do frete faz o preço do litro do combustível aumentar R$ 0,12 para os distribuidores. “Alguns postos já repassaram esse custo para o consumidor. Outros ainda não”, afirmou o empresário.

Mas ele lembra que, devido ao tempo previsto para a redução e consequente redução do fornecimento pela Regap, em algum momento a maioria dos comerciantes terá que repassar o aumento para o preço na bomba. “O justo seria fazer uma média. Se tem 60% do estoque fornecido pela Petrobras e 40% de Paulínia ou outra de fora, o posto vai repassar só parte desse frete”, avaliou. O problema é ainda mais grave para os postos chamados bandeira branca, que não têm contrato com fornecedores fixos e dependem do que sobra para receberem o produto.

Segundo a Petrobras, a manutenção, exigida pelo Ministério do Trabalho para garantir a integridade dos equipamentos e consequente segurança dos funcionários, fará o fornecimento ser reduzido em cerca de 25%, de uma média de 160 mil metros cúbicos para 120 mil metros cúbicos por mês. Segundo a empresa, foram feitas reuniões com as distribuidoras em abril e apresentadas as alternativas para o atendimento ao mercado durante o período da manutenção.

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