O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que, se for necessário, o governo fará “novos ajustes nas despesas”, de modo a permitir que continue adotando medidas anticíclicas “que estão dando resultados”. O ministro, porém, não detalhou as áreas nas quais os cortes poderiam ser feitos. Ele falou a jornalistas após o evento Destaque Agência Estado Empresas, que premiou hoje as dez empresas que garantiram melhor retorno aos acionistas ao longo de 2008.

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Mantega ressaltou que a demanda interna e a externa foram muito afetadas pela crise financeira internacional e que os investimentos ficaram deprimidos. Segundo ele, para alavancar a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos) no País, o governo pode adotar novas ações, mas também não especificou quais seriam elas. “Temos que pensar no período pós-crise, pois o Brasil pode surgir como uma das economias mais fortes”, afirmou. “Vamos continuar fazendo investimento em infraestrutura. É necessário reduzir o custo financeiro e tributário no Brasil para que o País seja mais competitivo.”

Mantega afirmou que o governo não adotou nenhuma decisão sobre prorrogar os incentivos à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para compra de veículos. “Nós olhamos para os incentivos que demos para a linha branca, material de construção e setor automotivo”, disse. Segundo o ministro, o governo está atento a todos os segmentos produtivos da economia e especificamente aos que receberam o benefício fiscal, e quer verificar quando o movimento de suas vendas retomará níveis normais sem necessitar mais de incentivos. “Estamos primeiro olhando o nível de atividade e em segundo lugar o problema fiscal”, disse.

O ministro ressaltou, no entanto, que as contas públicas no Brasil estão sólidas e que, no próximo ano, o superávit primário (economia que o governo faz para pagamento de juros da dívida) deve retornar à meta que vigorou até o ano passado. Em abril, a meta de superávit primário de 2009 foi reduzida de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,5% do PIB.

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Mantega admitiu que a redução das receitas do governo em maio foi um pouco maior do que o esperado. “Porém já fizemos uma proposta de mudança da meta de superávit primário e neste ano teremos de fazer um primário menor”, afirmou. “Estava previsto que, com as desonerações (realizadas em função) da queda da demanda, isso iria acontecer. As contas públicas brasileiras continuam bastante equilibradas e estão entre as mais equilibradas do mundo”, afirmou.