O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu que as desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como as anunciadas na segunda-feira pelo governo, afetam os repasses de recursos para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), mas argumentou que as medidas aumentarão as vendas de produtos, compensando a arrecadação de outros tributos, como o Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Redução para FPM é inevitável, mas estamos incentivando as vendas que não ocorreriam se não houvesse medida. Em 2008 fizemos isso e vimos que o IPI cai, mas o ICMS aumenta”, explicou, em audiência pública da Comissão Mista que trata das mudanças no rendimento da caderneta de poupança.

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Segundo ele, as vendas estariam caindo se não houvesse medida. “Estou falando de caso realizado e não de suposições”, completou, citando as desonerações feitas pelo governo em 2008 e 2009. Ainda assim, Mantega admitiu a possibilidade de a União compensar Estados e municípios pela redução dos repasses, como foi feito em 2009. “Naquele ano a crise foi muito forte e a recuperação demorou a acontecer, mas acredito que nada semelhante ocorra agora. Mas se isso acontece de novo, tomaremos medidas, não deixaremos municípios brasileiros à míngua, sem qualquer compensação”, concluiu.

Gasolina

Sobre eventuais reajustes dos combustíveis, Mantega afirmou que, apesar do dólar a R$ 2 afetar as contas da Petrobras, a redução dos preços do barril de petróleo por enquanto tem afastado a possibilidade. “O custo da Petrobras tem que ser calculado e está caindo. No momento não há ajuste previsto, mas com certeza haverá quando a Petrobras achar necessário. Mas se o barril cair bastante não vejo necessidade para isso”, completou.

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