Mantega promete cumprir as metas fiscais

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu ontem que não será um ministro "gastador". Em reposta às preocupações do mercado financeiro com o rumo da política fiscal após a troca de comando da economia, Mantega afirmou que vai ser o maior defensor no governo da meta de superávit fiscal nas contas públicas.

Ele prometeu redução de gastos, mas ressaltou que vai preservar os programas sociais. Segundo ele, a diminuição dos gastos públicos vai ajudar na queda dos juros. Questionado se era um ministro gastador, ele deu uma resposta categórica: "De jeito nenhum. Eu fui ministro do Planejamento durante dois anos. No primeiro ano, fiz um contingenciamento de R$ 14 bilhões."

Mantega disse que tem prática em fazer redução de despesas. Na tentativa de eliminar as incertezas ainda disseminadas no mercado brasileiro e internacional de que há risco de deterioração das contas públicas brasileiras neste ano eleitoral o ministro afirmou que não deve haver nenhuma preocupação com a questão fiscal, porque a meta de superávit será cumprida rigorosamente. "Entregaremos esse serviço (o cumprimento da meta). Essa é uma função básica desse ministério", assegurou Mantega.

A meta do governo é fechar o ano com um superávit primário de 4 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nas contas do setor público (União, Estados, municípios e estatais).

Mas desde o final do ano passado, o resultado do superávit primário acumulado em 12 meses vem caindo em alta velocidade. O motivo é a aceleração da execução dos gastos nos últimos meses de 2005 e agora no início deste ano.

Com uma mensagem tranqüilizadora, o ministro disse que é preciso zelar pela redução dos gastos para permitir a redução dos juros. Disse, no entanto, que essa redução deve ocorrer em gastos que não afetem os programas sociais. "Temos de zelar pelos programas sociais e, ao mesmo tempo, cortar todos os gastos que podem ser reduzidos."

Mantega informou que vai fazer uma análise detalhada de todos os gastos do governo para ver o que é possível reduzir nas despesas Depois da instabilidade que o mercado expressou diante da sua nomeação para o cargo e de suas primeiras entrevistas, o ministro passou a adotar uma atitude mais cautelosa.

Aos poucos, vem mudando de tom para dirimir as dúvidas provocadas principalmente pelas suas declarações dados no passado recente de críticas à política econômica e à queda dos investimentos.

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