Mantega: nem todos conseguirão reduzir déficits

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avalia que nem todas as economias conseguirão seguir os planos traçados no comunicado da reunião G-20. Dentre as resoluções, estão a redução dos déficits dos países pela metade, sem desestímulo ao crescimento, até 2013 e a estabilização ou redução da relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) até 2016.

“Alguns países terão dificuldade e outros conseguirão. Por exemplo, a Alemanha consegue. A França também deve conseguir. Só não vou citar os que acho que não conseguem”, disse o ministro, em entrevista após o encontro que terminou hoje em Toronto, no Canadá.

Segundo o ministro, a posição dos países emergentes no G-20 foi contemplada no comunicado sobre o acordo. “Diria que a posição dos emergentes está contemplada no comunicado, porque nós estávamos querendo enfatizar a necessidade de continuar com a recuperação mundial, ressaltando a consolidação do crescimento. Isso foi aprovado no comunicado por todos, com forte apoio dos EUA, dos emergentes. Eu diria que os demais países avançados também concordaram com isso. Então, essa posição nós vencemos e os países vão continuar estimulando a recuperação”, afirmou Mantega.

O documento aponta que os países “com sérios desafios fiscais precisam acelerar o ritmo de consolidação (fiscal)”. A exceção no compromisso foi o Japão, pois o G-20 entendeu que seria difícil o país cumprir a meta, dado o elevado déficit do país. Mantega disse que o G-20 reconheceu que a política de consolidação fiscal não deve ser “hostil ao crescimento”.

Em entrevista concedida ontem, Mantega afirmou que os países europeus não podiam fazer contenção fiscal “às custas do Brasil” e que os emergentes não podiam carregar os países ricos “nas costas”. Hoje o ministro foi um pouco mais contido nas palavras. “Continuo achando que é uma proposta ambiciosa”, afirmou.

Voltar ao topo