Mantega e Boudou discutem estratégias comuns em SP

O ministro de Economia da Argentina, Amado Boudou, informou hoje, após encontro na capital paulista com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que as duas autoridades discutiram estratégias comuns para serem levadas à próxima reunião do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), marcada para os dias 18 e 19 de fevereiro, em Paris. De acordo com Boudou, foram abordados especialmente temas relacionados à regulação da oferta de commodities, como a proposta feita recentemente pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy. “A solução para o mercado de commodities passa pela ampliação da oferta de produtos no mercado internacional, e não pela sua regulação”, defendeu Boudou. “É também necessário relacionar outros temas como a concessão de subsídios (oficiais) a produtores”, afirmou.

A declaração é uma referência indireta à ajuda financeira que países europeus, sobretudo a França, concedem a agricultores, o que coíbe a importação de produtos agrícolas da América Latina. O ministro argentino ressaltou ainda que outro ponto que precisa ser discutido no G-20 é o mercado futuro de commodities, no qual são utilizados contratos futuros. A autoridade destacou que a concorrência que Brasil e Argentina sofrem de produtos chineses será melhor combatida pelos dois países com o incremento do comércio bilateral. “E é isso, exatamente, que as duas presidentes (Cristina Kirchner e Dilma Rousseff) estão fazendo.”

O ministro Guido Mantega relatou que, no encontro, eles discutiram novas ideias para ampliar o comércio entre Brasil e Argentina, elevando o volume de negócios realizados com moeda comum. Nenhum dos ministros, contudo, detalhou as propostas discutidas e se já havia uma decisão sobre algumas delas. “Mas o balanço das relações entre Brasil e Argentina é positivo”, comentou Mantega. O ministro afirmou ainda, ao fim da entrevista, que a crise financeira mundial já foi debelada em boa parte do mundo, já que os países emergentes avançam bem.

Mantega destacou que os países desenvolvidos começam agora a dar sinais mais claros de recuperação no nível de atividade. Embora não tenha citado nenhuma nação, é o que tem sido visto atualmente nos Estados Unidos e na Alemanha.

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