O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em entrevista ao jornal Financial Times (FT) que o papel primário do fundo soberano a ser criado pelo governo será de conter a valorização do real. ?Ele terá a função de reduzir a oferta de dólares no mercado e ajudar o real a se valorizar menos?, disse Mantega ao diário britânico.
O FT observou que essas declarações do ministro servem para aumentar a controvérsia em torno do fundo, anunciado inicialmente por ele em outubro. Desde então, os planos de financiamento e os objetivos do fundo foram revisados várias vezes. Essa incerteza tem causado preocupação entre investidores e integrantes do Banco Central (BC).
Segundo o FT, o plano original de Mantega previa que o fundo sacaria das reservas estrangeiras do País, que somam atualmente cerca de US$ 180 milhões. Esse plano gerou uma disputa nos bastidores entre o Ministério da Fazenda e o BC.
Uma fonte do BC disse ao FT que ?a grande vitória para o Banco Central? foi que ?o fundo não vai ter nada a ver com as reservas em moeda estrangeira e nada a ver com o BC?. Mas segundo o FT, na entrevista concedida na semana passada, Mantega disse que o fundo vai afetar o acúmulo de reservas e vai partilhar a fonte de fundos do BC junto ao Tesouro Nacional.