O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, ao ser perguntado sobre se o governo está considerando aumento de impostos, inicialmente disse que não, mas depois deixou a porta aberta para eventual necessidade de majoração dos tributos como fez o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, há duas semanas quando participou do “Fóruns Estadão” sobre reforma da Previdência.

continua após a publicidade

“O governo sempre faz cálculos para ver se tem algum regime especial de tributação que foi aprovado no passado e tem data para acabar. Normalmente a gente acompanha isso. Então, se precisar, como o ministro falou, de o governo arrecadar alguma coisa a mais a gente arrecada. Mas tem que primeiro esperar o número”, disse o secretário.

continua após a publicidade

Segundo Mansueto, o governo vai fazer o que sempre prometeu que faria, que é cortar despesas. “Só que o corte de despesas também tem um limite. A gente está falando de um País em que grande parte da despesa programada para este ano, que é R$ 1,326 trilhão, algo entre 85% e 90%, é obrigatória. É muito difícil se cortar rapidamente”, explicou o secretário.

continua após a publicidade

Para Mansueto, o que o ministro Meirelles disse no evento do jornal O Estado de S. Paulo é que se for necessário, para cumprir a meta fiscal de um déficit de R$ 139 bilhão para este ano, o aumento de impostos será feito. “Mas se for necessário. Antes você vai ter que ver se não houve a receita esperada aprovada no Orçamento e quais são as despesas que podem ser cortadas, que não vão causar problemas para a oferta de serviços públicos”, disse.

“Se a conta não for suficiente, claro que você pode ir atrás de impostos como o ministro falou. Mas de inicio, o que a gente olha é corte de gastos”, relativizou Mansueto. O secretario também disse que nem se discute ainda quais seriam os impostos que viriam a ter suas alíquotas aumentadas caso venha ser necessário um aumento de tributos.

Mansueto Almeida voltou a falar em São Paulo, durante a posse do Conselho da Amcham nesta segunda, que o ajuste fiscal feito no Brasil ocorreu pelo lado da carga tributária. O secretário lembrou ainda para a plateia que o governo de Michel Temer recebeu o País com um déficit em suas contas na proporção de 2,5% do PIB.

Era, segundo o secretário, uma situação mais grave que em outras épocas. “Pela primeira vez o Parlamento teria que definir as prioridades. O governo Temer assumiu e mostrou qual era a realidade do Orçamento”, salientou o secretário da Fazenda. Agora, de acordo com ele, qualquer que seja a evolução do PIB, em dez anos as despesas em relação ao produto cairão.