Mais um capítulo da longa novela aftosa

A indefinição sobre o sacrifício sanitário dos 1.795 animais da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, chegou ao fim. O Ministério da Agricultura, em Brasília, autorizou ontem a realização de necropsia nos animais que reagiram positivamente à doença nos exames de sorologia. Esse era o único empecilho que ainda impedia o sacrifício do rebanho.

Ontem, técnicos da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), do Ministério da Agricultura, além de integrantes da Comissão de Avaliação, Taxação e Sacrifício e da Comissão de Necropsia, passaram a tarde reunidos com o pecuarista André Carioba, na fazenda. Segundo informações da Seab, a vontade de Carioba era que o sacrifício começasse ontem mesmo, no final da tarde. Mas, pelo horário avançado e por questões de logística, o início do sacrifício deve ocorrer apenas hoje.

Ao todo, quase 1,8 mil animais serão sacrificados na Fazenda Cachoeira. O rebanho foi avaliado em R$ 1,285 milhão. O método de abate será o mesmo aplicado nas propriedades anteriores: um tiro certeiro em cada bovino, método conhecido como ?rifle sanitário?. Os animais serão enterrados em duas valas, abertas na fazenda.

No Núcleo Regional da Seab em Cornélio Procópio, a informação era de que o sacrifício começaria pelos dez animais que serão necropsiados. O material que será coletado vai ser enviado para o laboratório do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), no Rio de Janeiro.

A Fazenda Cachoeira foi a primeira propriedade do Paraná a ser declarada foco de febre aftosa pelo Ministério da Agricultura, no dia 6 de dezembro. De lá para cá, diversas decisões judiciais – ora autorizando o sacrifício, ora impedindo – adiaram os trabalhos. Em outubro, a fazenda recebeu cerca de 200 animais do Mato Grosso do Sul. Eles passaram por exames de sorologia e 23 reagiram positivamente à doença. O pecuarista André Carioba nega, porém, que os animais estivessem doentes.

Com o sacrifício do rebanho da Fazenda Cachoeira, sobe para cinco o número de propriedades onde já ocorreu o abate. Faltam ainda os rebanhos das fazendas Alto Alegre e São Paulo, em Loanda, com 1.903 e 2.500 animais respectivamente. Depois de abatidos todos os animais, as propriedades passarão por um ?vazio sanitário? – ou seja, durante um mês não poderão receber novos rebanhos. Depois disso, serão colocados ?animais-sentinelas? para verificar se o vírus da doença foi de fato extinto. Somente no segundo semestre, o Paraná deve reconquistar o status de área livre de aftosa com vacinação – certificado conquistado em 2000 e perdido no final do ano passado.

Rússia

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, disse ontem ter sido informado extra-oficialmente que as autoridades russas podem anunciar ainda hoje a retomada das importações de carne de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mais cedo, fontes do setor privado já haviam informado que o embargo deve ser levantado. Os russos suspenderam as compras de carnes de todo o País no ano passado, embora os focos de febre aftosa só tivessem sido registrados no Mato Grosso do Sul e no Paraná.

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