O presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que mesmo com polêmica, a Casa deve votar nesta semana o projeto que tira recursos do fundo social para gasodutos. Maia afirmou que há um pedido da maioria dos líderes para que o projeto seja votado. “É uma polêmica, mas querem votar”, afirmou. Essa matéria veio do Senado e, se aprovada na Câmara, pode seguir direto para sanção presidencial.

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O Brasduto seria um fundo para financiamento da expansão da infraestrutura de gás que ficaria com 20% das receitas do Fundo Social do Pré-Sal, destinadas a investimentos em saúde e educação. O dinheiro passaria a financiar a construção de estruturas privadas de empresas que já atuam no setor de gás, o que pode ampliar o monopólio na área e elevar distorções com o uso de crédito subsidiado.

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Notas técnicas que circulam na Câmara estimam que o Brasduto vai retirar receitas estimadas entre R$ 14 bilhões e R$ 18 bilhões da saúde e da educação. Para fontes do governo, trata-se de um privilégio ao setor de gás e um atropelo na legislação que está em vigor desde 2009, que prevê a realização de leilões competitivos para a expansão de gasodutos. No projeto de lei que pode ser votado nesta terça-feira, o critério de escolha dos gasodutos seria definido por um comitê gestor.

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Outros projetos polêmicos devem ser analisados pela casa nesta semana que praticamente encerrar as votações da atual legislatura. Haverá sessões até esta quinta-feira, recheadas de “pautas-bomba”, que podem deixar uma fatura salgada para o presidente eleito Jair Bolsonaro. O rombo para os próximos anos pode passar de R$ 47 bilhões se os projetos forem aprovados.

Uma destas sessões está sendo realizada nesta noite de segunda-feira, 10, mas ainda não há presença suficiente de deputados (257) para iniciar as votações. “Dá pra votar muita coisa nessa semana ainda. Vamos trabalhar para votar a Medida Provisória 851 hoje (segunda). Amanhã (terça) pela manhã devemos começar pela intervenção (Roraima) ou pela questão do cadastro positivo. Tem ainda a securitização dos Estados”, disse.

Maia falou que o projeto que renova benefícios para Sudene e Sudam e extensão do incentivo para Sudeco também deve ser votado. “Apesar de ser um incentivo fiscal, já está dado, não vai se ampliar”, afirmou.

O democrata afirmou ainda que acredita que o Orçamento deve ser aprovado ainda neste ano também. “Todo mundo quer aprovar pelo que eu estou sentindo”, disse. O Orçamento precisa passar ainda pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) e depois ser aprovado por deputados e senadores no Congresso.