Lula reafirma disposição em negociar a Alca

Em seu discurso na abertura do seminário sobre o papel dos legislativos na Alca, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva lembrou ontem que a negociação da Área de Livre Comércio das Américas é hoje um dos temas mais debatidos no Brasil. “O Congresso Nacional, a imprensa, o meio acadêmico e a sociedade civil acompanham de perto e com crescente interesse a evolução das negociações”. Ele justificou o interesse pelo fato de que a formação do bloco repercute intensamente na política interna.

Brasília (Agência Câmara) – Segundo Lula, a Alca não envolve apenas a abertura de mercados, está em jogo também o tratamento de temas complexos, de grande relevância para o Brasil, como o setor de serviços e a propriedade intelectual.

O presidente afirmou também que apesar de que temas como normas antidumping e o fim de subsídios agrícolas não serão objetos de negociação, o Brasil continua interessado em negociar. Ele disse, ainda, que não faz sentido conceder acesso preferencial a nosso mercados, sem contrapartida em áreas em que o País é mais competitivo, como a agricultura, com o fim de barreiras tarifárias nos países ricos. As possibilidades de ganho nesse setor são bastantes e ilimitados, disse ele.

Lula defendeu uma “Alca equilibrada , com real acesso aos mercados do hemisfério e ao mesmo tempo de espaço para políticas de desenvolvimento”. O Presidente disse que o País quer maior participação no comércio internacional e que é atraído pela possibilidade de acesso ao mercado mais dinâmico do mundo, os Estados Unidos. De acordo com Lula, o Brasil “tem não só o direito, mas a obrigação de definir um projeto de Alca que seja favorável a todos os países e sobretudo aos países mais pobres”.

Mercosul

O presidente afirmou que o presidente da Argentina, com quem reuniu-se na última semana, também concorda que a proposta do Mercosul seja referência básica para as negociações da Alca. “O foco da questão não é dizer sim ou não à Alca, mas definir qual a Alca que nos interessa”. Ele acrescentou ainda que não se pode esquecer que o bloco vai reunir um conjunto de países extremamente heterogêneos, inclusive em termos de tamanho e desenvolvimento.

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