Lula quer novos rumos para economia do País

Itajaí – (SC) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que alguns critérios de contingenciamento da economia brasileira, impostos por organismos internacionais, inviabilizam a consistência macroeconômica do país. Durante discurso na cerimônia de lançamento do navio “Metaltanque VI”, no Porto de Itajaí, o presidente afirmou que vai procurar novos rumos para expandir a base produtiva e gerar empregos.

“Certos critérios de contingenciamento recomendados por organismos internacionais inviabilizam a própria consistência macroeconômica que tanto se persegue. Por isso vamos percorrer novos rumos em estreita parceria entre o Estado e a iniciativa privada”, enfatizou. Segundo Lula, a meta do governo agora é viabilizar um novo ciclo de crescimento sustentável para gerar os empregos que o país tanto precisa.

O presidente aproveitou a cerimônia para responder indiretamente aos críticos do governo. “Se fôssemos reduzir a agenda de uma nação a fatalismos, o Brasil ainda seria um imenso canavial. Jamais teria montado sua indústria, não teria implantado o seu parque siderúrgico nacional, que hoje se destaca no mercado mundial”, afirmou. Na avaliação de Lula, não são necessários discursos para provar o potencial do país perante o restante das economias mundiais. “Nenhum de nós precisaria fazer discursos, mas ficar contemplando alguns minutos o navio para nos darmos conta do potencial que nosso país tem e não deveria estar na situação que está”, ressaltou.

A cerimônia atrasou três horas devido à falta de teto para o pouso do helicóptero presidencial. No final do evento, a primeira-dama Marisa Letícia batizou o navio com o tradicional estouro da champagne – que foi acionada por um moderno mecanismo no alto do navio.

No momento em que o navio seria lançado ao mar, uma falha quase estraga a festa montada pelos marinheiros: o mecanismo para o lançamento travou, voltando ao normal depois de quinze minutos.

Abertura

Na mesma cerimônia, Lula disse que a abertura do mercado econômico brasileiro a investimentos externos é saudável apenas se permitir a expansão da base produtiva do país. Segundo o presidente, muitas das medidas adotadas no país nos últimos anos promoveram “uma espécie de destruição da estrutura econômica nacional”, que trouxeram perdas “tão ou mais explosivas que o protecionismo cego não apenas na esfera financeira, mas principalmente na delicada contabilidade social”.

O presidente citou como exemplo o que ocorreu no setor náutico, que na década de 70 dava 40 mil empregos e hoje esse número é de apenas 12 mil postos de trabalho. Segundo o presidente, houve um progressivo abandono do planejamento em setores estratégicos da economia, como no caso do setor náutico. “Esse quadro pode e vai mudar. O que estamos vendo nesse estaleiro é a prova concreta de que é viável manter no país os recursos e os empregos que mandamos para fora”, afirmou.

O presidente Lula voltou a garantir que 65% das plataformas P-51 e P-52 da Petrobras serão construídas no Brasil, mesmo diante da celeuma levantada por alguns setores da sociedade quando fez esse anúncio na campanha eleitoral. “Ficou provado que a indústria naval tinha condições de construir as plataformas aqui no Brasil”, enfatizou.

O presidente anunciou que, futuramente, pelo menos 75% de novas plataformas serão produzidas e construídas internamente. “Vamos competir para produzir as plataformas. É isso que queríamos. O que importa é que gere trabalho e renda para os brasileiros que necessitam nesse País”.

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